Uma equipa de cientistas israelitas descobriu que a doença das vacas loucas pode ser detectada através da urina. Esta descoberta permite assim identificada mesmo antes da manifestação dos sintomas.
Uma equipa de investigadores israelitas descobriu que o prião, a partícula responsável pela doença das vacas loucas em animais e pela Creutzfeldt-Jakob do homem, pode ser detectado pela urina.
Segundo os investigadores do Hospital Hadasa de Jerusalém, esta descoberta significa que o elemento patogénico causador desta doença neurodegenerativa nos bovinos e a sua variante humana pode ser detectada antes dos sintomas se manifestarem.
A notícia foi divulgada pelo jornal israelita, Jerusalem Post e aponta para a possibilidade de se poder prevenir doações de sangue por parte de portadores humanos desta doença. Desta forma podem-se evitar que milhões de vacas sejam sacrificadas em massa.
A descoberta foi feita por uma equipa liderada por Ruth Gabizón, do Departamento de Neurologia do Hospital Hadasa de Jerusalém, o centro médico israelita com mais prestigio.
Mais de 100 pessoas morreram na Europa, particularmente na Grã-Bretanha, por terem comido carne infectada. Teme-se ainda que muitas mais possam ser vítimas desta doença, visto que se pode ser portador do vírus durante décadas sem que surjam quaisquer sintomas.
Após detectarem as partículas de proteína responsáveis pela doença das vacas loucas, Gabizón e a sua equipa descobriram que estas não se decompõem nos rins, sendo eliminadas através da urina.
Os investigadores estão agora na última fase do processo de fundar uma empresa dependente do Hospital Hadasa que vai fabricar um kit para analisar a urina em animais e humanos.
Por enquanto, os cientistas conseguiram detectar facilmente a doença em mais de 50 vacas, cuja urina foi enviada da Grã-Bretanha para Israel ao mesmo tempo que a dos animais sem esta doença.
Gabizón trabalhou há cerca de 10 anos no laboratório do professor Stanley Prusiner, o investigador norte-americano que descobriu o prião e que recebeu o Prémio Nobel da Medicina por esse feito.
Actualmente, os israelitas que tenham passado uma breve temporada na Grã-Bretanha estão proibidos de doar sangue. Mas quando o teste da urina entrar em funcionamento, esta limitação poderá terminar.
Gabizón disse que a descoberta da sua equipa também deu lugar à «alarmante possibilidade» da forma humana e animal da doença poder transmitir-se através do contacto com a urina infectada.