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NASA celebra 25 anos de exploração em Marte

A exploração do planeta Marte começou há 25 anos, com o lançamento da sonda Viking 1, construída pela NASA e que pousou em Marte a 20 de Julho de 1976. Neste sentido, a agência vai realizar uma série de conferências sobre o planeta vermelho.

A NASA está prestes a assinalar os 25 anos da exploração do planeta Marte, iniciada com o lançamento da sonda Viking 1 que pousou no planeta vermelho a 20 de Julho de 1976.

Este projecto, que teve continuação na Viking 2, possibilitou que se mudasse a compreensão do mundo marciano, já que as imagens recolhidas continuam a ser um documento científico valioso.

O programa Viking será lembrado sobretudo pela procura da vida no planeta, porque cada sonda transportava vários instrumentos de biologia destinados a detectar sinais de vida no solo marciano.

As experiências realizadas nesta missão levaram os cientistas a concluir que não existia vida em Marte, pelo menos nos locais analisados, mas não se exclui que esta possa ter

existido no passado ou que possa ainda existir em outros locais inexplorados do planeta.

No programa Viking, a primeira sonda operou em Marte até 1982, na Planície de Chryse. A segunda sonda pousou na Planície da Utopia a 3 de Setembro de 1976 e esteve em funções até Abril de 1980. Em conjunto recolheram mais de 4500 imagens da

superfície marciana e efectuaram mais de três milhões de medições sobre as condições climáticas do planeta.

O coordenador do projecto Viking, James Martin, disse que antes destas missões Marte era praticamente desconhecido. «O planeta tinha sido observado apenas a partir do espaço e as imagens que tínhamos eram à escala de um campo de futebol».

Daniel Goldin, administrador da NASA, dará uma conferência na quinta-feira para abrir o simpósio «Continuando a Conquista - Celebrando Viking e Olhando para o Futuro da Exploração de Marte». O simpósio decorre no Auditório Grosvenor da Sociedade Nacional de Geografia, em Washington.

25 anos de exploração nem sempre «felizes»

Em 1978, o projecto Viking é entregue ao Jet Propulsion Laboratory (Pasadena) da NASA, que continua a coordenar o programa de exploração marciano, apesar do esforço com mais de duas décadas nem sempre ser bem sucedido.

Em 1992, foi lançada a Mars Observer, uma sonda de três toneladas que deveria colocar-se na órbita de Marte. A viagem decorreu sem problemas, mas as comunicações foram interrompidas no momento em que se aproximou do planeta.

No ano de 1997, a agência espacial norte-americana lançou a Mars Pathfinder, que pousou na superfície de Marte e relançou o entusiasmo do mundo da Astronomia e do público, que acompanhou durante várias semanas a evolução das pesquisas do pequeno robô móvel Sojourner.

Depois da Mars Pathfinder, uns meses mais tarde, chegou a Mars Global Surveyor, que se colocou em órbita de forma a poder cartografar Marte. Ao fim de quatro anos a Global Surveyor continua a transmitir fotografias e dados.

No fim de 1999, a NASA passou pelos piores momentos na exploração do planeta vermelho, com a perda das sondas Mars Climate Orbiter e da Mars Polar Lander. O relatório da comissão de inquérito revelou que os fracassos são imputáveis a falhas da NASA.

Já neste ano, a agência espacial voltou a lançar uma missão a Marte, com a sonda Mars Odissey 2001. A sonda, de 758 quilos, deverá fazer 460 milhões de quilómetros em sete meses e integra um programa que compreende o lançamento de outras 20 para obter uma compreensão total do planeta.

Marte gasta 88 milhões de contos

O orçamento da NASA para a exploração marciana nos próximos quatro anos é de 400 milhões de dólares, cerca de 88 milhões de contos.

A Odissey 2001 vai estudar a presença de água até um metro de profundidade e a composição geológica do solo na superfície do planeta, assim como as radiações do planeta que poderão ser prejudiciais para a exploração humana.

Exploração é dividida por etapas

Para o ano de 2003, deverá ser iniciada uma nova etapa com o lançamento de nois novos robôs móveis que vão analisar rochas. Os engenhos devem ser capazes de percorrer uma centena de metros por dia.

Já em 2005, a Mars Reconnaissance deve poder tirar fotografias a objectos com 20 a 30 centímetros, o que permitirá marcações mais detalhadas para futuras missões de aterragem.

Em 2007, prevê-se a instalação no planeta de um laboratório científico móvel, enquanto que um balão ou um avião poderão cobrir longas distâncias, de forma a observar de perto vastas regiões.

Futuro deve levar o Homem a Marte

A NASA e França projectam, para os anos 2014 ou 2016, a recolha de 200 a 500 gramas de amostras de solo, trazendo-as para Terra. Este projecto ambicioso vai permitir examinar minuciosamente rochas marcianas «virgens». Até esta altura os cientistas apenas puderam analisar meteoritos, que podem ter sido contaminados quando caíram na Terra.

Daniel Goldin prevê que até 2020 o Homem será capaz de viajar até Marte, o que representaria um novo marco na conquista do espaço e uma nova fase da exploração de Marte.

Redação