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Polémica marca encontro sobre preservação das baleias

A reunião da Comissão Baleeira Internacional (CBI) em Londres está a ser marcada por choques de vontade entre diversos países. Japão e Islândia encabeçam a lista de países que se opõem à proibição total da caça aos cetáceos. Do outro lado da «barricada» estão quase todos os países europeus e os EUA.

A protecção das baleias não parece ser um assunto pacífico. Se os EUA, a União Europeia e a Austrália não deixam dúvidas no seu apoio à proibição da caça à baleia, países como a Islândia e o Japão tentam impedir as limitações à caça dos cetáceos ameaçados de extinção.

Foi a Islândia, um país tradicionalmente dedicado à caça à baleia, que levantou esta «tempestade», quando aceitou voltar à CBI (de onde tinha saído em 1982), mas excluíndo-se da interdição de caça aprovada por esta organização.

Depois de um debate aceso,os 43 membros do CBI aceitaram o regresso da Islândia, mas sem direito de voto para o país insular, o que provocou a fúria de Reykjavik e dos seus aliados. O presidente da sessão, o sueco Bo Fernholm, declarou que «Convido a Islândia a participar na reunião mas não a votar».

A Islândia decidiu voltar ao CBI, pois, como afirmou o seu representante Stefan Asmundsson, - «é melhor ser membro e continuar a ter uma influência do que ficar de fora». Reykjavik quer juntar a sua voz a países como a Noruega e o Japão, que militam a favor de uma abertura, pelo menos limitada, da caça à baleia.

O CBI votou em 1982 a favor de uma interdição da caça à baleia, que entrou em vigor no ano de 1985, apesar de Japão e Noruega continuarem a pescar baleias, ao nível de um milhar de cetáceos por ano. O Japão e os seus aliados querem fazer uma diferenciação entre as espécies que estão de facto ameaçadas de extinção (como a baleia azul), e outras que não correm esse risco podendo, portanto, ser objecto de caça controlada.

Redação