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Bush desagrada «a gregos e troianos»

A solução de compromisso, avançada ontem por Bush, de que vai apoiar as experiências com células de embriões humanos, mas com limitações, de pouco serviu para acalmar os ânimos dos opositores e entusiastas destas medidas, que continuam insatisfeitos.

Por um lado a comunidade científica esperava mais de Bush, porque reivindica a possibilidade de fazer experiências com os milhares de embriões que sobram e são congelados nos laboratórios de fertilização dos Estados Unidos, uma medida rejeitada pelo presidente. Por outro, os conservadores são da opinião que Bush foi longe demais.

Os cientistas encaram as experiências com embriões como uma esperança para a cura de doenças complicadas como o Alzheimer ou o Parkinson, mas não sabem se a porta aberta por Bush será suficiente para uma investigação de sucesso.

As facções anti-aborto e conservadores consideram que se está a começar a pisar o risco e que este é o princípio para que no futuro possam ser destruídos embriões humanos só para pesquisa.

A Igreja está indignada com a decisão. O presidente da Conferência Católica de Bispos norte-americanos, Joseph A Fiorenza, referiu-se ao anúncio de Bush, de apoiar através de um fundo federal as pesquisas com células embrionárias, como uma medida «moralmente inaceitável».

«Isto permite às empresas de investigação da nossa pátria cultivar o desrespeito pela vida humana», acrescentou.

Ao contrário, o senador Edward Kennedy, elogiou a atitude de Bush, que considerou «um importante passado para o futuro». Mas outros perguntam se a pesquisa com embriões nas circunstâncias propostas por Bush são suficientes.

Montel William, um homem que sofre de esclerose múltipla, disse que considera que a utilização do excesso de embriões não deveria ser descartada e que não sabe se a proposta do presidente norte-americano é «viável».

Redação