O computador pessoal está de parabéns. Faz hoje 20 anos que a IBM introduziu o primeiro modelo, popularizando o termo e tornando-o num artigo de uso quotidiano. Já não conseguimos viver sem ele.
Embora os computadores para uso pessoal existam desde os anos 70, fabricados por companhias como a Apple ou a Tandem, foi a IBM que popularizou o termo PC e o introduziu nos lares.
O primeiro computador apresentado pela empresa foi o IBM 5150 PC, a 12 de Agosto de 1981, e custava 1565 dólares (que hoje equivaleriam a cerca de 3 mil dólares, ou 675 contos) e tinha uma memória base de 16 kilobytes, uma insignificância se se tiver em conta a capacidade que os PC's possuem actualmente, milhares de vezes superior.
O preço na época não incluia o monitor (que tinha que ser ligado à televisão), nem nenhum dos chamados periféricos «de luxo» a que estamos habituados hoje, como impressoras, redes ou ratos.
O primeiro modelo não dispunha de disco rígido, que só chegou dois anos depois, com o modelo seguinte da IBM, o PC XT.
O aparelho, considerado hoje uma antiguidade, implicou uma autêntica revolução técnica. Tudo começou com uma reunião secreta da IBM em Boca Raton, Florida, com uma equipa de 12 engenheiros para que trabalhasse no 5150 PC, que foi desenvolvido num tempo recorde de três meses.
A IBM tentava assim ganhar uma corrida contra outras empresas do mesmo ramo, como a Apple, a Commodore ou a Hewlett-Packard, cujos computadores estavam a conquistar cada vez mais popularidade entre cientistas e engenheiros.
A IBM não foi a única a colocar-se na órbita dos gigantes mundiais a partir deste modelo. A companhia utilizou os microprocessadores da Intel e o software da Microsoft, tornando-os nos gigantes que hoje são.
E depois «nasceu» o portátil
Um ano depois do lançamento do PC, a Compaq (então Texas Instruments) lançou o primeiro computador portátil, que também utilizava processadores da Intel e software da Microsoft.
A Compaq vendeu num ano 53 mil computadores «portáteis», que na altura pesavam cerca de 13 quilos, subindo os ganhos da empresa do zero para os 111 milhões de dólares (25 milhões de contos) num ano.
Hoje, a Compaq é o número dois em vendas de PCs, abaixo da Dell e à frente da IBM.
Segundo dados da própria empresa, a IBM possuía um plano de negócios com que esperava vender cerca de 240 mil unidades nos cinco anos seguintes.
Revolução em curso
Contudo, ninguém conseguiu prever o que iria acontecer. Uma revolução tecnológica estava em curso e no primeiro ano já tinham sido vendidas todas essas unidades e, para além do âmbito comercial, ficou provado que o PC foi a base do «boom» económico dos anos 1990 e uma revolução em todos os sentidos.
Segundo dados da Microsoft, nos Estados Unidos, metade dos lares possuem um computador pessoal e metade dos proprietários considera o PC o artigo mais importante da casa, à frente mesmo da televisão.
Não é difícil prever que o PC será cada vez mais importante na vida das pessoas, alguns «gurus» como Nicholas Negroponte, do prestigiado Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) e autor do revolucionário livro «Ser Digital», apostam que os PC's se infiltrarão na maioria dos aspectos da vida quotidiana, como os automóveis, as máquinas de lavar e, é claro, os telefones.
É caso para dizer «Parabéns PC pois sabemos que vais ter muitos anos de vida!».