Um milhão de pessoas da América Central vai ser afectada pela deterioração da segunda barreira de recifes mais importante do mundo. O aquecimento global e a actividade humana são os principais responsáveis.
A segunda barreira mais importante de recifes do mundo, situada no México, Belize, Guatemala e Hondura, está em perigo devido à aquecimento global e a actividade humana.
Para impedir a destruição do Sistema de Recifes da América Central os quatro países afectados estão a desenvolver um plano de conservação e uso sustentável. A primeira etapa do processo pode durar de 5 a 15 anos e custará 12 milhões de dólares ao Banco Mundial (BM), cerca de 2,6 milhões de contos.
Segundo Noel Jacobs, o coordenados do projecto e especialista em ecologia marinha, apesar dos recifes da Jamaica e das regiões do pacífico estarem em «piores condições» a barreira da América Central se «não for tratada pode ser destruída».
Os 50 peritos dos quatros países envolvidos encontram-se reunidos em Tegucigalpa para discutirem os planos de trabalho do programa de conservação, avançados pelos altos chefes da região num acordo estabelecido em 1997.
O objectivo destes planos é a protecção das zonas marinhas, o uso sustentável dos recursos e a educação e informação para um melhor tratamento do meio ambiente.
Numa primeira fase será necessário fazer uma recolha de informação e um processo de acompanhamento «para medir a saúde ecológica do sistema porque, na realidade, sabemos muito pouco» explica Jacobs.
«Não existem mecanismos e tecnologias através das quais se possa medir com distintos níveis de precisão o estado real dos recifes» acrescenta.
A barreira de recifes da América Central é a segunda mais importante depois da australiana e ocupa uma área de 1000 quilómetros, que vai da ilha Contoy até à península de Yucatan, no México.
Na mesma zona existem ainda quinze zonas declaradas como protegidas, embora na prática isto não seja totalmente seguido à regra.
Segundo Noel Jacobs todos «os recifes de corais estão sujeitos ao mesmo nível de risco, principalmente devido ao aquecimento global e à acção humana».
«Quase todas essas ameaças tem a sua origem na parte terrestre» sendo que «o maior inimigo dos recifes são os sedimentos» conduzidos pelos rios até ao mar, que «bloqueiam os poros e matam o coral» explica.
Outros factores que podem influenciar a fauna e flora destas zonas são as descargas de óleos, pesticidas, resíduos industriais e marés negras.
O «branqueamento dos recifes», causado pelo aquecimento global, elevou nos últimos 10 a 20 anos ao aumento da temperatura do mar, que emitiu gases contaminantes.
Jacobs insiste ainda no controlo da actividade humana terrestre para salvar o Sistema de Recifes da América Central da qual dependem um milhão de pessoas, que depende da pesca, turismo e outras actividades económicas.