A formação de um ser humano necessita de mais genes do que os 30 mil calculados até agora, um número que poderá, mesmo, ser duplicado. Esta é a conclusão do Instituto do Genoma da Fundação de Investigações da Novartis, em San Diego, Califórnia.
A formação de um ser humano necessita de mais genes do que os 30 mil calculados até agora, um número que poderá mesmo ser duplicado.
Segundo cientistas do Instituto do Genoma da Fundação de Investigações da Novartis, em San Diego, Califórnia, as estimativas dadas a conhecer em Junho de 2000, após o anúncio da sequenciação do Mapa da Vida, são insuficientes.
O número de genes presentes no ADN humano foi objecto de debate nos últimos anos já que, após ter sido especulada a possibilidade de superarem os 100 mil, a sequenciação do Mapa do Genoma Humano reduziu consideravelmente essa quantidade.
Uma pessoa, segundo as duas equipas de investigadores que trabalharam na sequenciação do mapa, tem aproximadamente entre 25 mil a 30 mil genes, o dobro dos existentes numa mosca e não muitos mais dos que tem um rato.
As duas equipas, da empresa Celera Genomics e do Instituto de Investigações do Projecto Genoma Humano, reconheceram que os seus resultados eram preliminares e que o número poderia mudar.
Os investigadores da Novartis afirmam agora, segundo um artigo publicado na revista «Cell», que muitos dos genes descritos por cada uma das equipas não se repetem nos diferentes trabalhos, o que indica que o resultado final poderá variar substancialmente relativamente ao apontado em Junho do passado ano.
William Haseltime, um investigador da Human Genoma Sciences, entidade sedeada em Rockville, Maryland, foi o primeiro cientista que elevou o número de genes humanos até aos 120 mil, uma estimativa que outros peritos consideraram exagerada.
Haseltime afirma que a sua empresa identificou já cerca de 90 mil genes. O número de genes de um organismo está relacionado com a sua complexidade, mas os investigadores acreditam que uns poucos milhares de genes podem dirigir centenas de milhares de proteínas, o que explicaria a complexidade de um organismo com o humano.
John Hogenesch, co-autor do trabalho publicado agora na «Cell», defende que este novo estudo demonstra a importância de existirem dois mapas do genoma humano, pois isso permite a comparação e obtenção de novas conclusões.
Tanto o presidente da empresa Celera Genomics, Craig Venter, como o director do Instituto do Projecto do Genoma Humano, Francis Collins, reconheceram que o trabalho da Novartis pode ser razoável, elevando-se, dessa forma, o número de genes.