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MirCorp quer construir estação espacial turística

A empresa que fracassou a tentativa de fomentar o financiamento privado da antiga estação espacial russa, a Mir, anunciou os seus planos para uma nova plataforma orbital, destinada a receber turistas. O presidente da MirCorp diz que a estação custará cerca de 22 milhões de contos e deverá estar em órbita em 2004.

A empresa que tentou o financiamento privado da antiga estação espacial russa, a MirCorp, anunciou, nesta terça-feira, os seus planos para a construção de uma nova estação espacial, uma plataforma orbital destinada exclusivamente a receber turistas.

O presidente da MirCorp, Jeffrey Manber, diz que a nova estação espacial, denominada Mini Station 1, está orçamentada em cerca de 22 milhões de contos e deverá estar em órbita no ano de 2004.

Jeffrey Manber adiantou que a Mini Station 1 deverá ser construída pela RKK Energia, a construtora da antiga Mir, que em Março se afundou no Oceano Pacífico, ao fim de 15 anos no espaço.

A MirCorp tem sede na Holanda e chegou a financiar o envio de uma nave de carga à Mir e também uma missão de 73 dias. O governo russo decidiu-se pela destruição da Mir, alegando que esta empresa não teria conseguido angariar as verbas necessárias para a sua manutenção.

A principal accionista da MirCorp é a RKK Energia, sendo que o resto do capital está dividido por investidores privados.

O presidente da MirCorp adiantou já que há «vários clientes interessados» em pagar por um voo até à futura estação espacial e as contribuições ajudarão a pagar a sua construção.

EEI para a ciência, Mini Station 1 para o turismo

O primeiro turista espacial foi o milionário Dennis Tito, que pagou à Rússia 4,4 milhões de contos por uma visita à Estação Espacial Internacional (EEI). Esta visita de Tito não teve o apoio da Nasa, que se opõe à comercialização da EEI.

Sobre esta posição da Nasa, Jeffrey Manber, diz que a agência norte-americana está informada do projecto e que não o rejeita. Manber explica que «a EEI é para a ciência e a Mini Station é para comercializar».

Estadias espaciais de duas a três semanas

Sobre a Mini Station, o presidente da MirCorp será uma estação um pouco maior do que a cápsula russa Soyuz, com capacidade para três visitantes para estadias de cerca de 20 dias e que é um «projecto barato» de uma plataforma estudada para permitir trabalhar e viver no espaço entre duas a três semanas.

Para a execução do projecto a MirCorp já terá mesmo assinado um contrato coma RKK Energia e com a agência espacial russa.

No entanto, o porta-voz da agência espacial russa, Konstantin Kreidenko, diz que o documento assinado não passa de uma declaração de intenções sobre o desenvolvimento conjunto de projectos comerciais espaciais.

O plano da MirCorp prevê que as cápsulas russas possam escalar na Mini Station 1 antes de se dirigirem à EEI e a Soyuz de segurança, que está permanentemente acoplada à EEI poderia trazer os turistas espaciais de regresso à Terra.

Segundo Manber, esta seria uma forma de a Rússia financiar as suas obrigações relacionadas com a construção da EEI, mas Konstantin Kreidenko considera que um projecto como este teria que ter o aval de todas as 16 nações envolvidas na EEI.

Redação