Um facto que se tem vindo a detectar na Internet é que, cada vez mais, são cobradas taxas para disponibilizar conteúdos e serviços, dado que as receitas de publicidade são insuficientes para manter um site online.
Nota-se um aumento de endereços que passam a ser pagos, ou seja, é cobrada uma taxa aos utilizadores para que sejam disponibilizados conteúdos e serviços que antes eram gratuitos, uma vez que as receitas da publicidade são insuficientes para os manter online.
Com o final do «boom» da Internet e a quebra dos investimentos publicitários na Web, os cibernautas vão ter de começar a habituar-se a pagar em páginas onde até há pouco tempo navegavam de graça.
A Enciclopédia Britânica (www.britannica.com) é um exemplo desta situação.
Quando apareceu na Internet, em 1994, estava disponível como um serviço pago e obteve muito êxito, sobretudo junto dos estudantes universitários.
Em Novembro de 1999, quando o crescimento da Internet estava no seu máximo, os responsáveis desta Enciclopédia decidiram seguir a tendência da maioria dos sites e apostar no serviço gratuito, confiantes de que seriam capazes de atrair anunciantes em número suficiente para tornar o site rentável por si só.
Quando as tarifas publicitárias na Internet começaram a descer, a Britânica recuou e, desde meados de Julho, implantou uma tarifa anual de 11mil 150 escudos (55 euros) para os que desejem consultar os seus artigos.
Os analistas estão de acordo em afirmar que os sites susceptíveis de terem mais êxito no mercado não gratuito, são os de pornografia e entretenimento.
Por exemplo, a Real Networks, um dos maiores serviços multimedia, tem cerca de 300 mil subscritores que pagam pouco mais de dois mil escudos (11 euros) por mês para aceder aos seus serviços de áudio e vídeo.
A maioria dos cibernautas está disposta a pagar por estes serviços mas, como acontece no «mundo real», apenas se o serviço valer a pena e for impossível de obter de outra forma.
No negócio dos media existem casos de sucesso, como a edição electrónica do «Wall Street Journal», que desde o início cobra uma subscrição entre os 6500 e os 13 mil escudos por mês (entre 32 e 65 euros), tendo já alcançado 600 mil subscritores.
No entanto, a maioria dos jornais e revistas continua disponível na Web gratuitamente, uma situação que, segundo os analistas, poderá mudar em breve.
De acordo com um inquérito conduzido pelo grupo Jupiter Media Matrix, 78 por cento dos editores planeiam limitar o acesso a parte dos conteúdos das suas páginas na Web ao pagamento de uma taxa em 2003.
No entanto, segundo o mesmo estudo, 69 por cento dos cibernautas não estão dispostos a pagar por esses mesmos conteúdos.
Ou seja, os cibernautas querem que tudo esteja disponível na rede, mas grátis.