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Tomografia pode detectar doença de Alzheimer

A tomografia por emissão de positrões (PET) ao cérebro poderá contribuir para detectar precocemente a doença de Alzheimer, segundo cientistas norte-americanos. Os investigadores descobriram que no cérebro dos pacientes há alterações no metabolismo dos açucares que são assinaladas pelas PET.

A tomografia por emissão de positrões (PET, na sigla inglesa) ao cérebro pode contribuir para detectar a doença de Alzheimer e outras afecções ligadas à perda de memória, de acordo com um estudo realizado por cientistas norte-americanos a ser publicado hoje (terça-feira) na revista «Proceedings of the National academy of Sciences».

Mony De Leon, da Faculdade de Medicina da Universidade de Nova Iorque, conseguiu detectar alterações do metabolismo glicídico (dos açúcares) em certas partes do cérebro de participantes - numa pesquisa que durou vários anos - antes de se manifestarem os sintomas clínicos de perda de memória, característicos da doença de Alzheimer.

O investigador e a sua equipa conseguiram detectar estes sintomas submetendo a uma PET 48 pessoas entre os 60 e os 80 anos. No início do estudo, as pessoas foram submetidas a testes e consideradas saudáveis, em relação aos sintomas de Alzheimer.

As PET realizadas permitiram detectar uma redução do metabolismo glicídico em algumas zonas do cérebro de 12 participantes no estudo. Três anos depois, 11 dessas pessoas tinham desenvolvido problemas de memória e a 12ª tinha desenvolvido a doença de Alzheimer. Em contrapartida, os indivíduos que haviam revelado um metabolismo de açucares normal na altura em quer foram sujeitos às PET não tinham desenvolvido nenhum problema ao fim do mesmo período.

Cedo para generalizar, diz cientista

«Os resultados (dos testes) permitiram-nos detectar indivíduos que são mais susceptíveis a desenvolver problemas de memória», afirmou De Leon, sublinhando que é ainda cedo para generalizar este método de despistagem da doença de Alzhiemer.

O objectivo do investigador é agora identificar os factores biológicos e psicológicos que conduzem a tranformação do metabolismo dos açucares no cérebro. «Se pudermos identificar esses factores, poderemos talvez retardar o desenvolvimento da doença ou mesmo evitá-la completamente», afirmou.