O cientista chinês, Pan Wenzhi, conhecido como o «pai» do urso panda gigante, assegurou que esta espécie animal ameaçada tem mais possibilidades de reproduzir-se em estado selvagem e considera desnecessário recorrer à clonagem.
«O panda gigante tem uma capacidade natural para reproduzir-se e não precisa de ser clonado», afirmou Pan, durante uma entrevista difundida hoje pela agência estatal chinesa Xinhua.
Pan, professor na Universidade de Pequim e especialista nesta espécie cujo habitat natural se encontra na província de Sichuan (sudoeste da China), acrescentou que estes animais podem aumentar a sua população sem a ajuda do homem.
Segundo os peritos, a China conta com cerca de mil exemplares de pandas em estado selvagem. A espécie está em perigo de extinção devido à sua escassa capacidade de acasalamento.
No entanto, o investigador, que dirigiu durante treze anos equipas de investigação para estudar o comportamento dos pandas que habitam as montanhas Qinling, acredita que a diminuição do número de exemplares desde meados do século XX é um reflexo normal a curto prazo da evolução a longo prazo da espécie.
Durante a última década, a população de pandas aumentou a uma taxa anual de 4,1 por cento, superior inclusivamente à dos seres humanos.
Além disso, o ADN (ácido desoxirribonucleico) dos animais que povoam a cordilheira Qinling não se degradou com a sua endogamia (acasalamento entre animais da mesma espécie), como acontece com outras espécies.
A maioria dos especialistas concordam em que a clonagem do panda gigante seria mais prejudicial que benéfica no esforço para preservar esta espécie.
Em 1999, uma equipa de cientistas chineses anunciou que tinha cultivado o embrião de um panda gigante.