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Vacinação teria sido inútil para travar epidemia

Apesar de muitos terem sugerido que o gado fosse vacinado, estudos recentes mostram que se a imunização tivesse substituído a matança dos animais doentes, a crise teria sido muito pior.

Novas investigações sobre o funcionamento da febre aftosa permitiram concluir que a vacinação do gado, medida defendida por alguns no momento de maior crise, teria sido inútil para travar surto da epidemia em Inglaterra.

Mas estudos revelados pelas revistas Nature e Science mostram que, se o governo britânico tivesse seguido as recomendações dos conselheiros científicos, a crise teria sido atenuada de forma considerável.

A febre aftosa, que não é mortal mas causa uma degeneração capaz de devastar a indústria do gado, foi detectada, pela primeira vez, na Grã-Bretanha, a 20 de Fevereiro. É também conhecido que a doença não é prejudicial ao homem.

O número de casos novos começou a diminuir em grande escala depois de ter sido registado o ponto mais alto da crise, com cerca de 50 contágios por dia.

Para controlar a epidemia, o governo decidiu aplicar uma estratégia global de rastreio que envolveu a matança de quase quatro milhões de animais. Na altura, muitos se opuseram a esta estratégia, alegando que a vacinação seria o método mais adequado.

No entanto, cientistas da Universidade de Cambrigde concluíram que mesmo que a vacina fosse muito eficaz, a imunização do gado em quintas vizinhas das zonas afectadas em vez do abate teria como consequência um resultado pior.