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Pílula contraceptiva existe há 50 anos

Faz agora 50 anos que um grupo de cientistas, sem querer, descobriu a pílula, o método contraceptivo que iria revolucionar a sociedade, permitindo o livre exercício da sexualidade, sem os perigos da gravidez, contribuindo assim, para a emancipação das mulheres.

Há 50 anos, um grupo de cientistas, num laboratório mexicano conseguiu produzir uma forma sintética da hormona feminina, progesterona.

O objectivo não era criar um comprimido que impedisse a ovulação feminina, mas sim a criação de mais medicamentos de uma nova classe terapêutica, os esteróides.

Nove anos mais tarde a pílula, que nasceu por acaso, foi comercializada e revolucionou a sociedade. A liberdade de escolha que proporcionou, mudou radicalmente o comportamento feminino, tendo sido um dos maiores factores para a emancipação das mulheres.

Meio século depois o mercado de contraceptivos vale, a nível mundial, cerca de três mil milhões de dólares anuais.

Estima-se que hoje, sejam mais de 72 milhões de mulheres a usarem a pílula.

Na Europa a sua comercialização surgiu em 1961 e em Portugal dois anos mais tarde. No entanto, a chegada de tal método revolucionário ao nosso país, não causou grandes agitações, pois o facto de permitir o livre exercício da sexualidade, sem os perigos da gravidez, não era uma perspectiva muito católica.

Mas outros métodos revolucionários tem tentado conseguir o seu lugar no mercado dos contraceptivos, nomeadamente a pílula do dia seguinte.

Também ela polémica, pode até conseguir-se sem receita médica e é um método anticoncepcional de emergência destinado a impedir uma gravidez não desejada, e deve ser utilizada nas 72 horas seguintes a uma relação sexual desprotegida.

Na tentativa da inovação surge também a pílula sem estrogénios, que inibe a ovulação em 98 por cento e que se destaca pela ausência de efeitos secundários, protegendo a mulher de doenças como as tromboses ou o cancro de mama.

Quarenta anos depois da pílula contraceptiva feminina ser posta à venda, alguns cientistas tentam criar um contraceptivo masculino.

Em 2006, deverá chegar ao mercado a pílula masculina. As mais recentes pesquisas passam pela interferência da mobilidade dos espermatozóides, em vez de tratamentos hormonais que trazem mais efeitos secundários.