O Vaticano condenou hoje, de forma inequívoca, a clonagem do primeiro embrião humano, afirmando que este é um indivíduo e que o momento em que começa a vida não pode ser fixado por lei.
O Vaticano sublinhou em comunicado a «gravidade moral» do desenvolvimento tornado público domingo pela empresa norte- americana «Advanced Cell Technology Inc.», que anunciou ter produzido embriões humanos em laboratório, realçando que este anúncio põe em evidência a primeira fase do desenvolvimento da vida humana, «à qual se deu início não mediante a fecundação de um óvulo com um espermatozóide mas activando óvulos com núcleos de células somáticas».
«É muito claro que estamos a falar de embriões humanos e não de células, como alguns nos querem fazer crer», indicou.
«Também por esta nova modalidade (clonagem) se pode originar uma nova vida, que conserva em todas as suas formas a dignidade de vida humana», insiste o Vaticano.
Por tudo isso, «apesar de se terem feito declarações com intenções humanistas e de se terem anunciado grandes curas», o Vaticano reitera que «condena inequivocamente este processo».
«O princípio que vem sendo introduzido em nome da saúde e do bem-estar admite uma discriminação entre os seres humanos com base no seu estádio de desenvolvimento. Assim, um embrião valeria menos que um feto, um feto menos que uma criança e uma criança menos que um adulto», precisou o Vaticano.
Segundo o comunicado, esta situação inverte o imperativo moral de respeitar e proteger mais fortemente todos aqueles que não estão em condições de defender a sua dignidade.
A Santa Sé realçou ainda que as investigações sobre as células estaminais indicam que existem outras formas de as obter, «moralmente lícitas e válidas do ponto de vista científico».
O comunicado destaca a possibilidade de retirar estas células (que por serem indiferenciadas têm a possibilidade de se desenvolver em qualquer tipo de tecido ou órgão do corpo humano) de indivíduos adultos, do sangue materno ou de fetos abortados de modo natural.
«Este é o caminho que todos os cientistas honestos devem perseguir para garantir o máximo respeito pelo homem, isto é, por si mesmos», afirmou o Vaticano.