A Câmara dos Lordes votou, segunda-feira, um projecto de lei que interdita a clonagem humana como forma de reprodução, prevendo-se para quem a realize uma pena máxima de 10 anos de prisão.
O projecto de lei, criado pelo governo trabalhista de Tony Blair, deverá também ser analisado e aprovado, ainda esta semana, pela Câmara dos Comuns, para que então seja definitivamente adoptado.
A decisão da Câmara dos Lordes foi tomada após o anúncio de uma sociedade americana de clonagem, Advanced Cell Technology, ter revelado que conseguiu clonar embriões humanos, destinados exclusivamente para extracção de células que irão ajudar em pesquisas terapêuticas.
O secretário de Estado da Saúde britânico, Philip Hunt, justificou a apresentação do projecto de lei por considerar que a clonagem humana com fins reprodutivos será uma prática «arriscada e contrária à ética».
Todas as pessoas acusadas de terem implantado no útero de uma mulher um embrião humano proveniente de uma clonagem ficarão sujeitas a uma pena de prisão de 10 anos, acrescentou o secretário de Estado.
Este projecto de lei não interdita a clonagem de embriões com fins terapêuticos, como realizou a Advanced Cell Technology, mas proíbe a implantação em úteros de qualquer embrião clonado.