Cientistas norte-americanos dizem ter obtido bons resultados no tratamento de certo tipo de cancros, usando a energia em que se baseia a emissão de ondas de rádio para destruir alguns tumores.
De acordo com Jonathan Lewin, professor de radiologia, oncologia e neuro-cirurgia nos Hispitais da Universidade de Cleveland e da Universidade de Case Western Reserve, a técnica - que utiliza um dispositivo à custa de raios-X para extirpar alguns tipos de tumor - revelou-se eficaz no tratamento de doentes onde a cirugia não era uma boa opção de tratamento.
A técnica consiste na intriodução de uma agulha com um eléctrodo na extremidade que é «guiada» até ao tumor com a ajuda de um dispositivo de raios-X.
«Usa-se para tratar cancros da próstata, mama, cérebro, fígado e outros», explicou, acrescentando: «Não vejo razão para que não se possa aplicar (a técnica) para tratamentos em todas as zonas do corpo».
Os resultados de três estudos realizados por Lewin em doentes de cancro dos rins - submetidos a tratamentos com frequências de rádio - foram apresentados no encontro anual da Associação de Radiologia Norte-americana.
A técnica - testada em pacientes que rejeitaram os métodos cirugicos habituais de remoção do órgão afectado - tem revelado, segundo o cientista, importância «crescente como tratamento primário, porque a remoção de parte dos rins é um procedimento complexo».
De acordo com o médico, a visualização dos órgãos afectados por ressonância magnética permite verificar se o tumor foi parcial ou totalmente destruído.
Outra das vantagens é que o procedimento é rápido (10 a 30 minutos bastam para «cozinhar» 63 a 190 mm de tumor ), exigindo apenas uma anestesia ligeira do paciente que, geralmente, pode regressar a casa no próprio dia.
A técnica é mais eficaz para tumores de pequenas dimensões. As células mortas permanecem no organismo sob a forma de «cicatrizes», podendo acabar por desaparacer.