Objectos tão simples como a televisão ou telemóvel, já inseparáveis no quotidiano urbano, geram campos electromagnéticos que podem causar alterações biológicas. Dois estudos revelam, no entanto, que esta exposição não implica necessariamente que provoque alguma doença.
A exposição a campos electromagnéticos pode causar alterações biológicas mas, não está cientificamente provado que provoque alguma doença, revelam dois estudos a ser apresentados, esta quinta-feira, em Lisboa.
No entanto, os investigadores não colocam de parte a hipótese destes campos de radiação, gerados pelos telemóveis ou mesmo pelas televisões, poderem afectar indivíduos tendo em conta a sua predisposição genética ou condicionantes ambientais.
Os dois estudos, elaborados pelo centro de investigação Tecnolab, são apresentados nas VIII Jornadas Portuguesas de Protecção Contra Radiações, que decorrem na Faculdade de Direito da Universidade Clássica de Lisboa.
Um dos estudos analisou os efeitos a longo prazo da radiação emitida por telemóveis, em parâmetros como a concentração de cálcio intracelular e na hormona adrenocorticotrópica (ACTH, sigla em inglês).
O estudo concluiu que os ratos expostos à radiação de telemóveis apresentavam níveis «substancialmente mais elevados» das substâncias em causa do que o grupo de controlo.
O outro estudo tinha como objectivo avaliar a sensibilidade de embriões de galinha expostos a radiações não-ionizantes emitidas pelas estações de retransmissão de sinal dos operadores de telemóveis, visíveis, por exemplo, nas auto-estradas e nos telhados dos prédios.
A mortalidade dos embriões foi cinco vezes mais elevada no grupo exposto às radiações que no grupo de controlo, concluíram os investigadores.
As VIII Jornadas Portuguesas de Protecção Contra Radiações contam com a colaboração científica, além da Faculdade de Direito de Lisboa, da Sociedade Brasileira de Protecção Radiológica, Sociedade Espanhola de Protecção Radiológica e Conselho de Segurança Nuclear de Espanha.
A vigilância da radiação ultravioleta em Portugal ou a protecção contra radiações em ressonância magnética são outros temas a abordar nas VIII Jornadas Portuguesas de Protecção Contra Radiações.