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Sonda euro-americana inicia aproximação a Saturno

A sonda Cassini-Huygens vai aproximar-se esta sexta-feira de uma lua negra de Saturno, Febo, no começo de uma ambiciosa missão conjunta iniciada há quase sete anos pelas agências espaciais norte-americana, europeia e italiana.

A missão, dirigida da Terra por 25 cientistas dos Estados Unidos e de 17 países europeus, terá o seu ponto culminante às 03:30 de 01 de Julho (hora de Lisboa), quando a sonda entrar em órbita à volta do planeta depois de percorrer mais de 1.300 milhões de quilómetros desde que saiu de Cabo Canaveral, na Florida, Estados Unidos.

Antes disso terá de aproximar-se de Febo, uma das 31 luas do planeta, num encontro cujo momento mais próximo ocorrerá às 21:56 de hoje, segundo informou a NASA.

Será um encontro estranho, na medida em que Febo gira em direcção contrária à dos outros satélites do planeta, salientou Bonnie Buratti, um dos principais cientistas da missão.

As melhores imagens disponíveis dessa lua, captadas em 1981 pela sonda Voyager a cerca de dois milhões de quilómetros de distância, mostram uma superfície agreste que poderá ser vista com mais pormenor nas fotos que agora serão enviadas pela Cassini-Huygens, já que serão tiradas a dois mil quilómetros.

Segundo as observações preliminares, Febo contém carbono, um elemento crucial para o desenvolvimento da vida e que explica a sua cor negra, bem como água congelada.

Esta missão, que durante quatro anos estudará o sexto planeta a contar do Sol e o segundo maior depois de Júpiter, representa o maior esforço técnico e científico realizado até agora conjuntamente pelos Estados Unidos e a Europa, sendo o seu custo estimado em 2,5 mil milhões de euros.

Portugueses ajudaram a prepara missão Titã

Outro dos grandes objectivos da missão será Titã, a maior lua de Saturno, onde se conserva congelada a maior parte dos elementos químicos que precederam a vida na Terra.

«Titã é como uma máquina do tempo que nos leva ao passado para podermos ver o que poderá ter sido a nossa Terra», afirmou Dennis Matson, director do projecto Cassini no Laboratório de Propulsão por jacto (JPL) de Pasadena, Califórnia.

Para realizar esse estudo, o módulo orbital Cassini irá separar-se no Natal deste ano da sua companheira, a sonda Huygens, que deverá descer em Titã a 14 de Janeiro de 2005.

Investigadores do Centro de Astronomia e Astrofísica da Universidade de Lisboa colaboraram no desenvolvimento de um modelo de atmosfera de Titã que serviu para preparar esta missão.

Segundo a NASA, trata-se de um acontecimento histórico na exploração do Universo, já que será a primeira vez que uma sonda descerá numa lua de outro planeta.

Redação