O prémio Nobel da Química foi hoje atribuído aos israelitas Aaron Ciechanover e Avram Hershko, e ao norte-americano Irwin Rose, pelos seus trabalhos sobre a degradação das proteínas.
Ciechanover, 57 anos, Hershko, 67, e Irwin Rose, 78, foram premiados pela sua descoberta, no princípio dos anos 1980, de um dos mais importantes processos cíclicos da célula, a degradação proteica regulada.
«Graças aos trabalho dos três laureados é agora possível
compreender ao nível molecular como é que a célula controla numerosos processos centrais através da destruição de certas proteínas e não de outras», refere a citação da Academia.
«Exemplos do processo governado pela degradação proteica mediada pela ubiquitina são a divisão celular, a reparação do ADN, o controlo da qualidade de proteínas acabadas de produzir e importantes parte das defesas imunológicas».
Os israelitas Aaron Ciechanover e Avram Hershko são professores do Instituto Israelita de Tecnologia, em Haifa, em Israel.
O norte-americano Irwin Rose lecciona na Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos.
O Prémio, dotado de 10 milhões de coroas suecas (1,1 milhões de euros), será entregue a 10 de Dezembro, aniversário da morte de Alfred Nobel, fundador destes galardões.
Últimos laureados com o Prémio Nobel da Química
Os laureados com o Prémio Nobel da Química nos últimos anos foram os seguintes, segundo a Fundação Nobel:
2004: Aaron Ciechanover e Avram Hershko (de Israel) e Irwin Rose (EUA), pela sua descoberta da degradação das proteínas mediada pela ubiquitina.
2003: Peter Agre e Roderick MacKinnon, ambos norte-americanos, pela sua investigação sobre como materiais chave entram ou saem das células do organismo, e pela sua descoberta de pequenos poros chamados «canais» existentes na superfície das células.
2002: John B. Fennn (EUA), Koichi Tanaka (Japão), e Kurt Wuethrich (Suíça), pela sua contribuição para o desenvolvimento da espectrometria de massas magnética molecular, que permitiu identificar e analisar macromoléculas biológicas, como as proteínas.
2001: William S. Knowles e K. Barry Sharpless (EUA), e Ryoji Noyori (Japão), por investigação na área da síntese catalítica assimétrica, que permitiu melhorar o controlo das reacções químicas e abriu caminho a fármacos para o tratamento de doenças como as cardíacas e a de Parkinson.
2000: Alan J. Heeger e Alan G. MacDiarmid (EUA), e Hideki Shirakawa (Japão), pela descoberta de que o plástico conduz a electricidade e pelo desenvolvimento de polímeros condutores.
1999: Ahmed H. Zewail (EUA), por uma investigação pioneira sobre os estados de transição nas reacções químicas fundamentais, usando a espectroscopia do fotossegundo.
1998: Walter Kohn (EUA), por ter concebido nos anos 60 a teoria da densidade-funcional, que simplifica a descrição matemática das ligações entre os átomos que criam as moléculas, e John Pople (Reino Unido) pelo desenvolvimento de técnicas de computador para testar a estrutura química da matéria.
1997: Paul D. Boyer (EUA), John E. Walker (Reino Unido) e Jens C. Skou (Dinamarca), por mostrarem como as células do organismo guardam e transferem energia.
1996: Harold W. Kroto (Reino Unido), Robert F. Curl Jr. And Richard E. Smalley (EUA), por terem descoberto os fulerenos, um tipo de moléculas de carbono que têm a forma de bolas de futebol.
1995: Paul Crutzen (Holanda), Mario J. Molina e F. Sherwood Rowland (EUA), pelos seus trabalhos sobre a formação e decomposição da camada de ozono.
1994: George A. Olah (EUA), pelas suas contribuições para a química dos carbocatiões.
1993: Kary B. Mullis (EUA) e Michael Smith (Canadá), pela concepção de dois novos métodos que permitiram progressos decisivos na área da tecnologia genética.
1992: Rudolph A. Marcus (EUA), por contribuições para a teoria das reacções de transferência de electrões nos sistemas químicos.
1991: Richard R. Ernst (Suíça), por contribuições para o desenvolvimento da espectroscopia por ressonância nuclear magnética de alta resolução.
1990: Elias James Corey (EUA), pelo desenvolvimento da teoria e metodologia da síntese orgânica.