Dois dos investigadores portugueses mais conceituados, Sobrinho Simões e Alexandre Quintanilha, estão preocupados com o atraso do financiamento na investigação científica. José Sócrates acusa o Governo de investir pouco na ciência.
Alexandre Quintanilha confirmou que o Instituto de Biologia Molecular e Celular (IBMC) ainda não recebeu todas as verbas relativas a 2003 e Sobrinho Simões afirmou que o Instituto de Patologia e Imunologia Molecular da Universidade do Porto (IPATIMUD) apenas recebeu uma pequena parte do montante que lhe foi atribuído para este ano.
Alexandre Quintanilha admitiu que alguns sectores do IBMC podem ser forçados a encerrar no próximo ano por asfixia financeira.
Já Sobrinho Simões admitiu que estes atrasos não são tão penalizadores para o IPATIMUD, uma vez que um terço da receita do instituto resulta da prestação de serviços.
O IBMC e o IPATIMUD desenvolvem a sua investigação sobretudo na área das ciências da saúde.
Neste momento, o IPATIMUD investiga, por exemplo, os factores genéticos que podem influenciar o cancro do estômago.
Sócrates acusa Governo de investir pouco
Entretanto, o líder socialista, que falou aos jornalistas depois de visitar os dois institutos (IPATIMUD e IBMC), acusou o Governo PSD/CDS de ter feito «cortes cegos» nas verbas para a ciência desde que chegou ao poder, em 2002.
José Sócrates referiu que «os últimos dois anos foram maus de mais para a ciência», visto que «foi alvo de cortes cegos nos financiamentos que a secundarizaram e marginalizaram».
De acordo com o líder do PS, Portugal gasta com a ciência 100 euros por habitante e por ano, contra 450 euros da Europa.
A visita que José Sócrates efectuou aos institutos realizou-se depois de ter jantado, na quarta-feira, com 25 figuras portuenses da Ciência.