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Cientistas começam a desvendar mistério de Titã

A análise das últimas fotografias de Titã, uma das luas de Saturno, transmitidas para a Terra pela sonda Cassini-Huygens, mostra uma diversidade surpreendente, além de uma atmosfera rica em carbono, indicou hoje a NASA.

«Estamos a ver características e formas na superfície e os processos que as impulsionam. Temos muito que estudar», disse Carolyn Porco, directora da equipa que está a estudar as imagens que a sonda começou a enviar depois de se ter aproximado de Titã na terça-feira passada.

«É um ambiente que nunca tínhamos visto», comentou. «É um lugar

muito diferente e vamos demorar algum tempo a desvendar os mistérios desta lua», a única do sistema solar com atmosfera.

As últimas fotografias de Titã recebidas no Laboratório de Propulsão por Jacto (JPL) da NASA mostram a sua superfície com grande detalhe e revelam que o planeta está geologicamente vivo.

Segundo os cientistas, a superfície de Titã parece marcada por importantes e múltiplos processos geológicos, alguns dos quais circulares que não seriam crateras produzidas pelo impacto de corpos externos.

Um dos instrumentos a bordo da sonda revelou uma elevada presença de isótopos de nitrogénio pesado na atmosfera, bem como moléculas de carbono, o principal elemento a partir do qual surgiu a vida na Terra.

Esta lua de Saturno exerce um fascínio especial nos cientistas devido ao facto da sua atmosfera ser muito semelhante à que existiu na Terra antes do aparecimento da vida.

A sonda terminará a sua tarefa nas proximidades de Titã no próximo Natal, quando o módulo explorador Huygens se soltar dela e descer na sua superfície.

A Cassini chegou a Saturno no Verão passado, numa missão internacional orçada em 2,6 milhões de euros para estudar o seu sistema durante quatro anos.