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Novas técnicas para tratar tumores

Investigadores da Universidade do Texas descobriram a forma de orientar os tratamentos anti-cancerosos directamente para os tumores, deixando intactos os tecidos saudáveis.

«É a estratégia mais eficaz para atingir as células cancerosas, muito claramente superior às utilizadas até agora e que recorrem a vírus para encaminhar substâncias anti-cancerosas para os tumores», afirmou Michael Andreeff, autor de um estudo hoje publicado na revista do Instituto Nacional do Cancro norte-americano.

As investigações, realizadas em ratos e que poderão ser desenvolvidas em ensaios clínicos dentro de um ano, utilizam células estaminais humanas mesenquimais (MSC), regeneradores naturais dos tecidos do corpo que utilizam os tumores cancerosos para se desenvolver.

Os cientistas manipularam estas células estaminais para codificar células de interferon beta, um poderoso agente anti-canceroso tóxico, e utilizaram-nas à maneira de um míssil guiado para atingir e destruir os tumores.

Ratinhos aos quais fora induzido um cancro humano do tórax sobreviveram 60 dias ao serem tratados com este método. Outros ratinhos aos quais apenas se injectou interferon beta viveram 40 dias, em comparação com 37 dias no caso de animais não tratados.

«É espantoso constatar que essas células estaminais podem encontrar tumores e incorporar-se neles para os destruir», explicou Andreeff, professor do serviço de transplantes de medula óssea e de tratamento da leucemia da Universidade do Texas.

Esta técnica funciona como a do processo natural do corpo para curar feridas, acrescentou.

As células estaminais mesenquimais provêm da medula óssea e podem transformar-se em qualquer tecido - músculo, tendão ou epiderme - segundo as necessidades de reparação.

com Lusa