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Árbitros exigem que a lei seja igual para todos

Luís Guilherme, presidente da APAF, afirmou hoje aos jornalistas que os árbitros portugueses estão dispostos a entregar as declarações de IRS na FPF, mas querem ver o decreto-lei 112/99 aplicado aos outros agentes desportivos.

Termina hoje o prazo para que os árbitros portugueses entreguem, na Federação Portuguesa de Futebol, as respectivas declarações de rendimentos relativas ao corrente ano. É bastante provável que a grande maioria dos juízes nacionais não venha a efectuar a entrega das correspondentes declarações.

Esta atitude poderá acarretar sanções aos árbitros portugueses, que reivindicam a aplicação do decreto-lei 112/99 a todos os agentes desportivos, sem excepção. Os juízes não se recusam a proceder à entrega das suas declarações de IRS. O que sucede é que estas mesmas declarações não dão garantias de confidencialidade aos árbitros.

Luís Guilherme (na foto), presidente da Associação Portuguesa de Árbitros de Futebol (APAF), em declarações aos jornalistas, expôs o ponto de vista dos juízes portugueses.

O presidente da APAF referiu que o que está em causa não é a entrega das declarações de IRS por parte dos árbitros.

O problema é que o sector da arbitragem se encontra revoltado, com o facto do decreto-lei 112/99 não prevêr que esta medida seja imposta aos restantes agentes desportivos, em geral. Além do mais, os árbitros não possuem quaisquer garantias quanto à confidencialidade destas mesmas declarações.

«Os árbitros querem entregar as declarações. No entanto, pretendem que esta medida seja aplicada aos restantes agentes desportivos. Os árbitros desejam, ainda, obter graus de confidencialidade quanto aos seus respectivos documentos, que não estão garantidos. O sector da arbitragem está indignado», frisou.

Apesar de reconhecer que o decreto-lei 112/99 se encontra incompleto, Luís Guilherme defende que a lei deverá permanecer em vigor, pese embora seja discriminatória e injusta para com os árbitros nacionais. O presidente da APAF e os árbitros defendem que este diploma legal deverá ser alvo de algumas alterações.

«Explicámos que a lei deve continuar. Contudo, terá que ser alterada», comentou.

O presidente da APAF tem mesmo algum apoio político e mencionou que o Partido Popular (PP), bem como o Partido Comunista Português (PCP) estão a favor desta tomada de posição que os árbitros pretendem levar por diante.

Quanto à questão de poder acontecer que alguns juízes possam, porventura, não apitar alguns dos jogos para os quais forem designados, no próximo mês de Janeiro, Luís Guilherme acredita no bom senso dos árbitros.

«Creio que o bom senso dos árbitros vai imperar. Os árbitros vão continuar a apitar. Eles apenas pretendem que seja feita justiça. Tudo deverá chegar a um bom termo», concluiu.

Para Janeiro de 2001 estão já, em agenda, encontros do presidente da APAF com representantes dos restantes grupos políticos portugueses.

Redação