O Benfica sofreu, sábado, a primeira derrota da época, ao perder por 2-1, no Estádio da Mata Real, com o Paços de Ferreira. Apesar de ter jogado mal, o clube da Luz pode queixar-se do trabalho de Martins dos Santos.
À 14ª jornada, o Benfica sofreu a primeira derrota na I Liga. No Estádio da Mata Real, diante do Paços de Ferreira, os «encarnados» perderam, por 2-1, e voltaram a praticar um futebol bastante aquém daquilo que uma equipa que luta pelo título deveria fazer.
Com esta derrota, o clube da Luz desperdiçou uma excelente oportunidade para se isolar na liderança do campeonato, uma vez que o FC Porto, também este sábado, foi derrotado em Guimarães, por 2-0.
Sem fio de jogo, ligação entre os sectores e classe, com excepção de dois ou três jogadores, o Benfica deixou, na Mata Real, uma má imagem das suas capacidades.
Apesar de derrotados, com justiça, refira-se, os visitantes têm razões para se queixarem da arbitragem. Em dois lances decisivos da partida, os «encarnados» foram prejudicados por Martins dos Santos.
A primeira situação ocorreu já nos descontos da primeira parte, quando Pedro Mantorras, isolado, após passe de Rui Baião, foi «abalroado» por Pinho. A falta existiu, foi assinalada, mas Martins dos Santos esqueceu-se do cartão vermelho no bolso, dado que o ponta-de-lança angolano isolar-se-ia.
O segundo lance teve lugar ao minuto 69. Simão Sabrosa, já dentro da grande área do Paços de Ferreira, descaído para o lado esquerdo, foi travado em falta pelo defesa central João Armando, que viu ser-lhe perdoado o segundo cartão amarelo e consequente expulsão.
Paços de Ferreira ganhou bem
Quanto ao jogo, o Paços de Ferreira acabou por ser um justo vencedor, uma vez que foi a equipa mais esclarecida dentro do relvado, durante os 90 minutos, e aquela que praticou um futebol mais objectivo.
Aos 12 minutos, a formação orientada por José Mota adiantou-se no marcador. Robert Enke bateu mal um pontapé de baliza (acaba por ficar associado à derrota de forma inglória), Argel não conseguiu a intercepção e José Manuel, fazendo uso da sua velocidade, tirou do caminho o central brasileiro e o guarda-redes alemão, para, sem oposição, fazer o primeiro.
Dois minutos volvidos, e na sequência da marcação de um livre da direita por Drulovic, João Manuel Pinto «recarregou» com êxito uma defesa incompleta de Pinho a remate de Mantorras, e restabeleceu a igualdade.
Aos 27 minutos, o avançado Leonardo apontou o seu nono golo na I Liga e garantiu a conquista dos três pontos para a equipa local.
Depois de um centro da direita de José Manuel, o melhor jogador em campo, os centrais do Benfica cometeram um erro de marcação. João Manuel Pinto ainda tentou fazer a «dobra», mas não conseguiu impedir o cabeceamento vitorioso de Leonardo. Robert Enke nada podia ter feito.
Nos segundos 45 minutos, Toni tudo fez para tornar a equipa mais ofensiva, mas as soluções não abundam no Benfica. Mawete Júnior, Hugo Porfírio e Miguel entraram para os lugares de Rui Baião, Argel e Drulovic, mas as alterações não trouxeram nada de novo.
O único lance de golo dos «encarnados», na segunda parte, teve lugar ao minuto 60, com Fernando Meira, depois de passe de Simão, a rematar à trave da baliza defendida por Pinho.
Tirando este lance, foi o Paços de Ferreira, nomeadamente através de lances de contra-ataque, quem criou sempre maior perigo junto ao último reduto benfiquista, com José Manuel, Mauro e Leonardo a fazerem a diferença.
Com esta vitória, a terceira consecutiva, os pacenses ascenderem ao 10º lugar da I Liga, com 17 pontos, os mesmo do Beira Mar. O Benfica mantém o segundo lugar, com 27 pontos, mas corre o risco de «cair» para o quarto lugar, caso Sporting e Boavista pontuem frente ao Varzim e Marítimo, respectivamente.