desporto

Nomeação directa substitui sorteio de árbitros

O sorteio de árbitros não vai ser posto em prática na próxima época. A Liga decidiu regressar à nomeação directa, numa assembleia-geral em que também se decidiu que, em 2004/05, os atletas emprestados vão poder jogar contra os clubes de origem.

Os clubes de futebol decidiram, esta quinta-feira, acabar com o sorteio de árbitros, regressando-se desta forma à nomeação directa dos juízes e auxiliares para os encontros da Super Liga e da Liga de Honra (nova designação da II Liga).

A decisão foi aprovada por maioria, contudo clubes como o Sporting, FC Porto, V. Guimarães e Belenenses votaram contra.

O presidente da Liga ficou satisfeito com o regresso à nomeação directa dos árbitros, lembrando que este é o melhor caminho para «procurar a estabilidade e credibilidade» do sector e que esta era um dos pontos principais do seu programa de candidatura.

A medida não agradou a Pimenta Machado que discorda do regresso à nomeação directa, lamentando a «falta de coerência dos dirigentes».

«Há uns tempos atrás, os clubes entenderam avançar para o sorteio porque não estavam de acordo com a nomeações. Agora mudaram de novo. Já não fico desiludido, porque ando há muitos anos no futebol e já sei como isto é. Rio-me. O que posso fazer?», perguntou.

Por seu turno, a medida agradou ao presidente da Comissão de Arbitragem da Liga, que publicamente já tinha assumido que se demitiria do cargo, caso o sorteio continuasse.

«A nomeação directa é importante para que as coisas possam melhorar. Não vão deixar de haver erros, mas vão diminuir», garantiu Luís Guilherme.

Ainda sobre esta questão, Valentim Loureiro aproveitou ainda para lembrar que os Conselhos de Arbitragem da Liga e da Federação Portuguesa de Futebol vão-se fundir, tal como prevê a Lei de Bases do Sistema Desportivo e que esta medida constitui uma saudável «sintonia» entre os dois organismos.

Na assembleia-geral da Liga desta quinta-feira, os clubes aprovaram ainda uma norma que viabiliza a possibilidade dos jogadores emprestados poderem alinhar contra as suas equipas de origem, algo que apenas vai valer para a temporada de 2004/05, uma vez que já existem contratos assinados com cláusulas deste género para esta época.

Decididos ficaram também os preços máximos e mínimos para os bilhetes de jogos da Super Liga e Liga de Honra. No escalão maior do futebol português, os bilhetes poderão oscilar entre os cinco e 60 euros, ao passo que na antiga II Liga, cada entrada poderá custar entre dois e trinta euros.

A Liga pretende com esta medida acabar com a possibilidade de vir a haver encontros em que as entradas atinjam preços exorbitantes e outros em que os jogos sejam feitos à «porta aberta». Os clubes que desrespeitarem esta regra sujeitam-se a uma multa entre os cinco e 10 mil euros.

Contratos com regras alteradas

A partir de agora, passa a ser impossível que empresários assinem contratos de jogadores e que estes sejam rubricados directa ou indirectamente antes de 1 de Abril. Os clubes que assinarem com jogadores antes do princípio de Abril serão penalizados em seis pontos e sujeitos a uma multa entre os 25 mil e os 50 mil euros.

A punição no que diz respeito aos pontos só acontece na altura em que se conhecer a decisão, ou seja, se o campeonato ainda decorrer serão subtraídos nessa altura os pontos, caso já tenha acabado, os pontos só serão deduzidos no próximo campeonato.

Outra medida que ficou aprovada refere a um possível aliciamento de treinadores ou jogadores antes do dia 1 de Abril. Caso isto seja provado, o clube é penalizado em um pontos por cada treinador ou jogador, sendo que estes não podem vir a ser inscritos na época seguinte.

A Liga decidiu ainda que só será possível alterar os horários oficiais dos encontros das duas últimas jornadas, caso as equipas envolvidas não se encontrem em luta pelo título, competições europeias ou estejam em zona de descida de divisão.

Os jogadores passam ainda a ser obrigados a usar o logotipo da Liga na manga dos seus equipamentos, não podendo usar qualquer publicidade no equipamento sob a camisola de jogo, a não ser as marca e mensagens oficiais.

Na reunião que se prolongou por praticamente toda esta quinta-feira estiveram presentes doze clubes da Super Liga (FC Porto, Benfica, Sporting, Boavista, V. Guimarães, Sp. Braga, Gil Vicente, Alverca, U. Leiria, Belenenses, Beira-Mar e E. Amadora) e oito da Liga de Honra (Feirense, Salgueiros, Estoril, Leixões, Sp. Covilhã, Ovarense, Santa Clara e Penafiel).

Redação