Quatro dos cinco detidos quinta-feira pela Polícia Judiciária (PJ) do Porto, no âmbito do processo de corrupção no futebol «Apito Dourado», já estão no Tribunal de Gondomar para serem ouvidos.
As audições estão a cargo da juíza Ana Cláudia Nogueira, encarregue da condução do processo.
Desconhece-se a ordem pela qual serão ouvidos o árbitro Jacinto Paixão, os assistentes José Chilrito e Manuel Quadrado, todos da Associação de Futebol de Évora, e o empresário António Araújo, envolvido nas transferências de alguns jogadores do FC Porto.
As autoridades pretendem também ouvir esta sexta-feira o presidente do FC Porto, que já foi notificado para o efeito, depois de, quinta-feira, terem sido efectuadas buscas nas instalações da SAD do clube e na sua residência.
A TSF apurou que a PJ fez também buscas nas casas de doze árbitros auxiliares e de cinco observadores aos jogos.
O árbitro Augusto Duarte, um dos cinco detidos quinta-feira, já foi ouvido no Tribunal de Gondomar e saiu ao início da madrugada, com termo de identidade e residência, enquanto os restantes detidos pernoitaram nas instalações da PJ do Porto.
O advogado do árbitro bracarense, Marcelino Pires, revelou que Augusto Duarte saiu em liberdade com a medida de coacção mais ligeira.
Augusto Duarte estava nomeado para o jogo de domingo entre a Académica de Coimbra e o Sporting, da 13ª jornada da Superliga.
Luís Guilherme, o presidente da Comissão de Arbitragem da Liga, diz que o mais provável é que Augusto Duarte seja mesmo substituído.
«Estamos a analisar a situação e pensamos que Augusto Duarte não terá muitas condições para realizar o jogo, mas vou falar com ela esta manhã e depois tomamos a decisão», explicou.
A polícia formou um perímetro de segurança em redor da entrada do Tribunal de Gondomar, junto do qual se reuniram algumas dezenas de pessoas.