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Dias da Cunha «forçado» a aceitar demissão de Peseiro

O presidente do Sporting, António Dias da Cunha, afirma ter sido «forçado» a aceitar as demissões do treinador José Peseiro e do administrador da SAD Paulo Andrade. Desde segunda-feira que se esperava uma decisão quanto ao futuro do técnico leonino, após os maus resultados da Liga e da Taça UEFA.

Na conferência de imprensa, Dias da Cunha fez rasgados elogios aos dois responsáveis, que estiveram a seu lado, garantindo que apenas tomou esta decisão em nome «dos superiores interesses» da principal equipa de futebol do Sporting.

«Os superiores interesses do Sporting impunham-me que aceitasse (a demissão de Peseiro)», salientou Dias da Cunha, afirmando que se sente «forçado e violentado» a tomar esta decisão.

«Se eu fosse dono do Sporting», continuou Dias da Cunha, «Peseiro não sairia do clube». «O nosso futebol precisa de estabilidade e competência, qualidade que Peseiro trouxe ao Sporting», acrescentou.

O técnico José Peseiro confirmou que pediu a demissão logo após a derrota com a Académica, no passado sábado (0-1), o último de quatro desaires nos últimos cinco jogos.

Não foi adiantado quem ficará com o comando técnico da equipa frente ao Gil Vicente, em Barcelos, domingo, para a oitava jornada.

Paulo Andrade, administrador da SAD do futebol, afirmou sentir «ultrajado» e «enojado» com notícias vindas hoje a público, segundo a qual teria pedido uma indemnização para sair do clube, garantindo que a «difamação chegou ao expoente máximo».

Peseiro pede desculpa

José Peseiro, que nunca escondeu a ambição de ser campeão pelo Sporting, deixa Alvalade sem glória e de costas voltadas para a massa associativa, que após a derrota com a Académica (1-0), domingo, voltou a mostrar-lhe lenços (e lençóis) brancos.

Na conferência de imprensa, o treinador demissionário disse que «perante a necessidade de serenidade e confiança dos meus jogadores», decidiu «sair da equipa, para que haja as condições externas mais favoráveis».

O ex-técnico leonino pediu ainda desculpa aos «sócios e aos jogadores do Sporting por não ter conseguido que a equipa jogasse tão bem como seria desejável».

O presidente do Sporting, Dias da Cunha, aguentou até onde pôde para segurar o técnico de Coruche, que chegou a Alvalade no início da época passada para substituir Fernando Santos, mas a resistência terminou hoje e o dirigente disse ter-se sentido forçado a aceitar o pedido de demissão.