desporto

Morreu George Best

O antigo jogador do Manchester United, George Best, morreu esta sexta-feira, em Londres, devido a uma grave insuficiência pulmonar. A Primeira Liga inglesa já anunciou um minuto de silêncio pela antiga estrela do clube inglês.

George Best, de 59 anos, morreu ao início da tarde desta sexta-feira, no Hospital Cromwell em Londres, onde o seu estado de saúde se agravou nas últimas horas depois de uma grave infecção pulmonar.

O antigo jogador, que em 2002 foi submetido a um transplante de fígado devido a alcoolismo crónico, foi internado em inícios de Outubro com sintomas de gripe, sendo mais tarde revelada uma infecção nos rins.

Best chegou a receber alta hospitalar, mas uma recaída voltou a ditar um internamento na passada semana, com os médicos a antevirem momentos críticos.

Na lista de elogios os fãs incluem as palavras "génio", "mágico" e "lenda" ou mesmo o "quinto Beatle".

Comparado ao brasileiro Pelé e ao argentino Maradona, Best viveu os seus melhores momentos entre 1963 e 1974 no Manchester United.

Na actualidade, Best foi caracterizado como um misto de Maradona e David Beckham. Do sul-americano, as comparações surgem devido às fintas e marcação de grandes golos, enquanto o "lado" Beckham surgiu pelas preferências pelos aspectos da vida mundana.

Nascido a 22 de Maio de 1946, em Belfast, "Geordie" ou depois "Bestie", como o apelidaram os tablóides britânicos, somou 37 internacionalizações e nove golos pela Irlanda do Norte, entre 1964 e 1977, sem disputar um único jogo num Mundial de futebol.

Na sua equipa de sonho, o Manchester, Best conquistaria dois campeonatos ingleses (1965 e 1967) ao lado de Bobby Charlton e Dennis Law e sob a orientação de Matt Busby.

Essa armada dos "red devils" venceu ainda a Taça dos Clubes Campeões Europeus, a 29 de Maio de 1968, frente ao Benfica de Eusébio, com um golo de Best marcado no prolongamento (4-1).

Em 1968, Best comemoraria ainda o troféu «Bola de ouro da Europa».

No Manchester United

A entrada para o Manchester United aconteceu em 1961, com apenas 15 anos.

O estatuto de estrela foi sendo conseguido dentro e fora dos campos. Na contabilidade com os "red devils" registaram-se 180 golos, em 465 jogos disputados.

Na sua primeira autobiografia, Best fez publicar uma fotografia sua ao lado de Pelé com a legenda: «eu e o segundo melhor jogador do mundo».

Com um estatuto de estrela assumido, o ex-jogador também quis "brilhar" na vida nocturna, mas o seu temperamento rebelde e o vício do álcool ensombraram a sua vida.

Com 26 anos, Best deixa o Manchester para iniciar uma longa caminhada de transferências.

O melhor golo

Clubes da Escócia e dos Estados Unidos entraram para o currículo de Best. Em terras do "Tio Sam", chegaria a ser treinado pelo português António Simões, no San José Earthquakes, ao serviço dos quais Best acredita ter marcado o seu melhor golo, em 1981.

«Decidi apenas que eles não me iriam tirar a bola. Eu arranquei, bati um jogador, depois outro e no final tinha passado por cinco. Não sei como o fiz e ainda hoje não sei. Quando vi na televisão, fiquei deslumbrado», admitiu.

A última equipa de Best foi o Tampa Bay, em 1983.

Nos últimos anos, o norte-irlandês passou a ser notícia pelos problemas de saúde.

Em 2000, surgiu o primeiro alerta devido a problemas de fígado e um ano mais tarde foi hospitalizado com uma pneumonia. Em 30 Julho de 2002, recebeu um transplante de fígado.

Ainda assim, e apesar dos avisos dos médicos, George Best nunca deixou de beber, razão que levou, inclusive, ao fim do seu casamento.

«George nunca ultrapassou o seu problema de álcool, mas disse-me: espero que o meu estado desesperado possa servir de aviso aos outros», recordou hoje o empresário do ex-futebolista, Phil Hughes.

A Primeira Liga Inglesa já anunciou, entretanto, que se verificará um minuto de silêncio nos jogos do fim-de-semana, em memória de George Best. Em Old Trafford vai também estar disponível um livro de condolências.