Os futebolistas do Vitória de Setúbal ameaçam fazer greve ao jogo com o Benfica se, até à véspera (próxima terça-feira), não lhes forem pagos dois meses de salários de atraso e a totalidade dos prémios em dívida.
A decisão dos jogadores do Vitória, que têm cerca de três meses de salários em atraso, foi anunciada pelo presidente do Sindicato dos Jogadores, Joaquim Evangelista, em conferência de imprensa realizada em Setúbal, na presença de todo o plantel da equipa de futebol profissional.
Na conferência de imprensa, Joaquim Evangelista defendeu que «o brio e o profissionalismo dos atletas e da equipa técnica é inquestionável», mas lembrou que não tem havido reciprocidade por parte dos dirigentes do clube, que acusou de recorrerem à «mentira e à desresponsabilização».
Por sua vez, o capitão de equipa, Nandinho, reconheceu que a eventual falta de comparência no jogo com o Benfica, da 16ª jornada da Liga, poderá ter consequências, mas defendeu que a greve é neste momento o único recurso dos jogadores do Vitória de Setúbal.
«Sabemos à partida que é uma medida que poderá ter consequências, mas é a única medida que nós vemos que, nesta altura, poderá ser viável», sublinhou Nandinho, desejando que os responsáveis do clube resolvam o problema até à próxima quarta-feira.
O capitão salienta que os jogadores nem sequer estão a pedir toda a verba que lhes é devida: «Só pedimos dois meses de salários e os prémios desta época, deixámos de fora o terceiro mês de salário em atraso e os prémios da época anterior».
A agência Lusa tentou obter um comentário do presidente do Vitória de Setúbal, Chumbita Nunes, ao pré-aviso de greve dos jogadores e à convocação de uma reunião urgente dos órgãos sociais do clube, mas tal não foi possível.
Apesar da crise financeira, o Vitória de Setúbal tem vindo a realizar uma das melhores épocas de sempre e ocupa o terceiro lugar da classificação, com 29 pontos, menos dois do que o líder, o FC Porto, e a um do Nacional.