O director-geral da SAD do Benfica, José Veiga, apresentou esta terça-feira a sua demissão na sequência do arresto dos móveis da sua casa, alegadamente por decisão dos tribunais.
Em entrevista ao Jornal Nacional da TVI, José Veiga revelou que está «fora do Benfica» e que já não vai acompanhar a equipa a Braga, onde sábado defronta o Sporting local, em encontro da 10ª jornada da Liga.
«Trabalhei com dedicação ao longo destes dois anos e meio, dei o corpo às balas, mas agora tudo chegou ao fim», disse José Veiga, frisando não querer que os seus «assuntos pessoais" interfiram com o Benfica».
Segundo o dirigente do clube «encarnado», o arresto dos móveis prende-se com «um processo que se arrasta há muitos anos vindo do Luxemburgo», onde estava sedeada a sua empresa Superfute.
José Veiga explicou que o diferendo com o Banco Dexia, que reclama um milhão de euros, surge a partir do momento em que este considerou que uma operação de compra e venda de acções era um financiamento, enquanto o dirigente «encarnado» defende tratar-se de uma operação financeira.
«Tive uma reunião com o meu presidente, Luís Filipe Vieira, e coloquei o lugar à disposição, porque não vou estar disponível para continuar a trabalhar no Benfica desta forma. A partir deste momento entreguei a minha demissão, estou fora do Benfica e não quero ocupar mais nenhum cargo», afirmou José Veiga.
«Não tolero o que está a acontecer, o Benfica não tem nada a ver com esta situação e se não estivesse no cargo que ocupava no Benfica isto provavelmente nunca tinha acontecido», acrescentou, sugerindo que o objectivo «é denegrir» a sua imagem, sem, contudo, explicar quem estaria interessado nisso.
José Veiga, 43 anos, ocupava o cargo de director-geral da SAD do Benfica desde 2004, onde sucedeu a Luís Filipe Vieira, após uma carreira como empresário ligado às transferências de jogadores, tendo ainda estado ligado ao Estoril-Praia como sócio maioritário.