O Sporting vai avançar uma queixa-crime contra José Veiga. Numa entrevista à SIC, o ex-director-geral do Benfica diz que é o clube de Alvalade que tem de explicar onde está o dinheiro relativo ao prémio de transferência de João Pinto do Benfica para o Sporting.
O Sporting considerou «intoleráveis» as declarações proferidas por José Veiga na SIC a propósito da transferência de João Pinto para o clube leonino e por isso vai avançar com uma queixa-crime.
Na entrevista concedida à SIC, o ex-director-geral do Benfica negou ter recebido 3,292 milhões de euros relativos ao prémio de transferência do jogador do Benfica para o Sporting em 2000 e interrogou-se sobre onde está esse dinheiro.
«Quem é que me diz a mim que o dinheiro não foi para outros lados, ligados ao Sporting? Porque é que mandaram o dinheiro para uma empresa lá de fora? Quem é que me diz a mim que essa empresa não pertence a alguém ligado ao Sporting? Quem é que me diz que isto não é uma operação de cosmética do Sporting?», interrogou-se.
José Veiga aproveitou ainda para enumerar os responsáveis do Sporting à altura da transferência, entre os quais José Roquette, Luís Duque, Ribeiro Telles, Rui Meireles e Carlos Freitas, e afirmou estar convencido de que tudo era uma «cabala».
«Não quero estar aqui a fazer a figura de coitadinho, porque não tenho jeito para isso. Agora, tenho o direito de me defender e não tem dúvida nenhuma de que é uma cabala. Não tenho o dinheiro e que tem de apresentar provas é o Sporting», reiterou.
Entretanto, o «Expresso Online» avançou com a informação de que a investigação a esta transferência começou com uma carta anónima enviada à Polícia Judiciária em 2003, ou seja, três anos após a concretização da transferência.
Nessa carta, estaria referida a exigência de José Veiga de cerca de quatro milhões de euros de prémio de assinatura de contrato, verba que terá sido paga através de um «off-shore» nas Ilhas Virgens Britânicas, mas que nunca terá chegado às mãos de João Pinto.