A Segurança Social não vai falir em 2006, garantiu o ministro do Trabalho e da Solidariedade, Ferro Rodrigues. Desmentiu, assim a notícia no jornal Expresso, que dá a conhecer um estudo de reavaliação das projecções financeiras do Livro Branco da Segurança Social.
O ministro do Trabalho e da Solidariedade, Ferro Rodrigues, desmentiu hoje a notícia de que a Segurança Social poderá entrar em ruptura em 2006, afirmando que a lei de bases proposta pelo governo prevê o combate a eventuais desequilíbrios financeiros.
«O problema que nós temos em Portugal não é de rupturas, porque essa palavra é completamente absurda falando-se em matéria de Segurança Social pública, mas sim de eventuais desequilíbrios que possam existir daqui a seis ou sete anos», afirmou.
Ferro Rodrigues admite a possibilidade de desequilíbrios a médio prazo mas garante que um debate sério sobre a questão se resolve, que «é aquilo que se está a fazer no debate da Lei de bases da segurança social que está na Assembleia da República». O ministro defendeu a necessidade de criar uma segurança social reformada e moderna, rejeitando as sugestões de privatizar o sector.
Afirmando que o estudo está ainda numa «fase preliminar», Ferro Rodrigues prefere esperar até à sua conclusão, tornando-se depois público e sujeitando-o a debate no Parlamento. O estudo está a ser preparado pela mesma equipa de técnicos que elaborou as projecções do Livro Branco a pedido do Instituto de
Gestão Financeira da Segurança Social.
«Vamos chegar à conclusão que algumas soluções que aparecem como soluções radicais e que permitem tudo, como por exemplo a palavra mágica privatização, não resolvem nada. Apenas o que resolveria seria lançar uma profunda crise, aí sim uma crise estrutural mais cedo».
Segundo o artigo publicado no «Expresso», se não forem tomadas medidas a tempo, as contribuições para a Segurança Social deixarão em 2006 de ser suficientes para os encargos existentes no regime central.
O ministro sublinha ainda: «aquilo que acontece é que havendo possibilidades de nós continuarmos a desenvolver as políticas de bons resultados financeiros dos últimos anos vamos acumular capitalização pública e largas centenas de milhões de contos».