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PS solidário com Guterres

António Guterres foi ontem à sede do PS receber solidariedade. O apoio a Guterres foi unânime entre a direcção socialista quanto às acusações feitas por Fernando Gomes sobre a Fundação para a Prevenção e Segurança.

O PS manifestou-se contra as declarações de Fernando Gomes, quando o ex-ministro da Administração Interna acusou António Guterres de ter sido previamente alertado para as irregularidades da Fundação para a Prevenção e Segurança.

António Guterres, bastante indignado, resolveu deslocar-se ao Secretariado Nacional (SN), onde Gomes esteve ausente, e recebeu todo o apoio da direcção socialista.

No SN, António Guterres desafiou os opositores internos a darem a cara e a disputarem a liderança do partido no próximo congresso do PS.

O secretariado manifestou total solidariedade com o primeiro-ministro e também com Armando Vara, condenando as afirmações de Fernando Gomes.

A defesa de Guterres, pela voz de Jorge Coelho

O ex-ministro da Administração Interna foi ontem apontado a dedo na reunião do Secretariado Nacional. Jorge Coelho lamenta que Fernando Gomes tenha fugido ao debate no interior do partido.

«Foi pena Fernando Gomes não ter vindo à reunião. Tinha sido muito útil para todos nós», disse à TSF.

Revoltado com as declarações de Gomes, o primeiro-ministro propôs a realização de um congresso para o final de Março, que será agora convocado pela Comissão Nacional. Jorge Coelho espera que nessa altura não falte a coragem aos que discordam da actual linha do PS para se manifestarem contra.

«É necessário que o partido, de uma forma clara, possa discutir os desafios do futuro, possa discutir os protagonistas desses mesmos desafios e possa dar oportunidade àqueles que porventura não achem que os caminhos que o Partido Socialista está a percorrer sejam os mais correctos», argumentou à TSF.

Para os que discordam é necessário «terem a coragem de, perante os delegados do partido, poderem dizer aquilo que pensam sobre a matéria e eventualmente apresentarem alternativas àquilo que vai ser a candidatura do Eng.º António Guterres à liderança do partido», defendeu Jorge Coelho.

Ferido pessoalmente pelas afirmações de Fernando Gomes, António Guterres acusa o ex-ministro de não ter contado toda a verdade e de ter, por vingança, colocado o Governo, o PS e também o Presidente da República numa situação delicada.

Mesmo assim, o primeiro-ministro sublinha que não vai agir da mesma forma nem exercer nenhuma represália. Fica assim implícito que o lugar de Fernando Gomes na OCDE não está em perigo.

«Polémica da Fundação é para derrubar o Governo»

O episódio da Fundação é para Jorge Coelho o culminar de uma campanha, que tem como objectivo final derrubar o Governo, incluindo implicitamente o ex-ministro da Administração Interna no rol dos que estão a projectar essa mesma campanha.

«No nosso ponto de vista existe aqui uma manobra mais geral para pôr em causa o projecto, para pôr em causa o protagonista central desse projecto, que é o Eng.º António Guterres e, no fundo, para derrubar o Governo», considerou.

Em nome de toda a verdade, António Guterres retoma esta tarde, no Parlamento, o tema da Fundação para a Prevenção e Segurança.

Antes do início do debate sobre a Cimeira de Nice, o primeiro-ministro fará uma intervenção sobre esta polémica e posteriormente estará disponível para responder às dúvidas da oposição.

Redação