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Oposição cerra fileiras contra Guterres

O primeiro-ministro vai hoje à tarde à Assembleia da República fazer uma declaração sobre os últimos desenvolvimentos em torno da Fundação para a Prevenção e Segurança.

António Guterres faz esta tarde uma declaração na Assembleia da República, sobre os últimos desenvolvimentos em torno da Fundação para a Prevenção e Segurança.

A oposição quer mais e vai por isso vai levar o assunto à reunião de conferência de líderes esta tarde.

Mais do que uma mera declaração, os partidos da oposição querem debater o assunto com o primeiro-ministro.

Recorde-se que ontem, na comissão parlamentar de assuntos constitucionais, Fernando Gomes disse que tinha informado António Guterres sobre as dúvidas que a Fundação lhe suscitava e que o primeiro-ministro se teria comprometido a esclarecer o caso.

A polémica acabou por marcar a reunião de ontem à noite do secretariado nacional do PS, que decidiu antecipar o congresso do partido. António Guterres vai recandidatar-se à liderança.

Hoje, ao fim da tarde, Jorge Sampaio recebe o primeiro-ministro para uma reunião, onde vão discutir esta polémica em torno da Fundação criada por Armando Vara e Luís Patrão.

Reacções da oposição

Luís Marques Guedes, vice-presidente da bancada parlamentar do PSD, exige que António Guterres reconheça «de imediato que esta situação é uma situação inaceitável».

Parece claro que António Guterres conhece o assunto, assim «tem de dizer o que vai fazer sobre a matéria».

Segundo o líder da Bancada do PSD, o «nosso partido não pode aceitar que o primeiro-ministro do país diga que não tem opinião ou que está à espera que alguém lhe dê um parecer».

O primeiro-ministro «tem de vir ao Parlamento dizer qual é a sua opinião» sobre a matéria, referiu Luís Marques Guedes.

O líder parlamentar do PSD chegou mesmo a dizer que António Guterres «está a mais à frente do país», se ele pensa que «a administração e o seu governo podem funcionar assim».

Edite Estrela, presidente da federação socialista de Lisboa, também já se pronunciou sobre o caso e acha que Fernando Gomes, depois das declarações que proferiu, não devia aceitar o convite de Jaime Gama para o lugar de embaixador português da OCDE.

A autarca chega mesmo a dizer que Fernando Gomes «entrou em rota de colisão com o Partido Socialista».

Um conterrâneo de Fernando Gomes, Narciso Miranda, presidente do PS Porto, garantiu que a estrutura não vai servir de palco para ataques ao Governo liderado por António Guterres.

Narciso Miranda não tolera «plataformas de combate político contra o Governo», garantindo o apoio a Guterres por parte dos socialistas e da população do distrito do Porto.

Uma voz que não se quer fazer ouvir, é a de Cavaco Silva. O ex primeiro-ministro referiu que não se quer pronunciar sobre o assunto porque acha que ainda não é o momento oportuno para referir o que quer que seja.

No entanto, afirmou ao jornalista da TSF, que tem acompanhado o caso pela comunicação social e que este assunto é só mais um dos problemas que têm vindo ao de cima do Governo de António Guterres.

O comentador de política nacional da TSF, Carlos Magno, acha que Fernando Gomes não foi o único a cometer erros. Todos os socialistas «devem repensar a sua vida política».

Uma questão que Carlos Magno deixa no ar, é se Fernando Gomes devia ter mentido à comissão de inquérito. Quando lhe foi perguntado se o primeiro-ministro tinha conhecimento ou se Gomes tinha informado Guterres, o ex ministro da Administração Interna foi sincero e disse que António Guterres já sabia.

Redação