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Jardim acusa oposição de se envolver em questões menores

João Jardim acusou hoje a oposição de fazer o jogo do Governo ao envolver-se em controvérsias menores que escondem a ausência de reformas nacionais. Sobre Nice Jardim diz que Portugal saiu «de rabo entre as pernas».

Alberto João Jardim acusou hoje a oposição de fazer o jogo do Governo socialista ao envolver-se em controvérsias menores que só servem para esconder a ausência de reformas em Portugal.

O presidente do governo regional da Madeira criticou assim o envolvimento da oposição na controvérsia em torno da Fundação para a Prevenção e Segurança rodoviária, considerando que a mesma visa encobrir que o país «bateu no fundo».

«Portugal é entretido semanalmente ou com histórias de fundações, ou com histórias de treinadores do Benfica e do Sporting, ou com Camarate, mas o problema é de fundo e é isso que não vejo a oposição dizer», declarou Jardim a jornalistas no Funchal à chegada de Bruxelas, onde participou em reuniões do Partido Popular Europeu e do Comité das Regiões da UE.

Portugal sem reformas

Segundo Alberto João Jardim, Portugal «bateu no fundo» porque «o nosso sistema político não faz as reformas que precisa fazer» em áreas como a educação, justiça, defesa nacional e política externa, relativamente às quais a oposição devia mostrar como fazer diferente.

«A oposição discute o caso do senhor ministro x, depois discute o caso da senhora secretária de Estado Y e andamos todos nisto», criticou, remetendo responsabilidades para «uma classe política lisboeta» que «não tem nada a ver com o resto do país».

Questionado sobre o comportamento do Presidente da República no quadro político actual, João Jardim escusou-se a fazer comentários.

João Jardim considerou ainda «estranho» o facto de o candidato Jorge Sampaio ter solicitado audiências com duas Câmaras da Região - Funchal e Machico - e não ter feito o mesmo com a ALR, que é «o símbolo da autonomia e dos direitos conquistados pelos madeirenses», ao contrário do candidato Ferreira do Amaral.

Nice: Portugal «de rabo entre as pernas»

Sobre a Cimeira de Nice, Alberto João Jardim disse ter uma opinião diferente do executivo da República e da oposição que, sustentou, «inadmissivelmente se rendeu ao Governo».

Para Alberto João Jardim, a Cimeira de Nice «não correu bem para Portugal», que perdeu terreno quanto à garantia de ter, no futuro, um comissário e foi ultrapassado por países que tinham o mesmo peso de votos como é o caso da Holanda.

«Portugal entrou de peito feito e saiu com o rabo entre as pernas da conferência», disse.

O governante madeirense considerou, contudo, que «isso era fatal», dado a União Europeia ser um projecto comum.

«Agora anunciar aqui uma coisa diferente do que se passou lá (em Nice) e a oposição enfiar o barrete, nessa eu não alinho», afirmou Alberto João Jardim.

Confrontado se isso era uma crítica ao líder do PSD, João Jardim negou, mas confirmou ser um reparo ao seu partido, por achar Durão Barroso «muito só e muito desacompanhado».

«É dos poucos que ainda abre a boca nisto, porque há ali uns senhores que não sei o que fazem como dirigentes nacionais do partido», disse.

Redação