O PS criticou duramente Manuel Maria Carrilho, acusando-o «de ter fugido às responsabilidades no empreendimento Porto-2001» e de «fazer a política do bota-abaixo». É a resposta da Comissão Permanente ao artigo publicado hoje no «Diário de Notícias».
Em declarações à Lusa, em nome da Comissão Permanente do PS, José Junqueiro (na foto), porta-voz do partido, acusou o antigo ministro da Cultura de ter construído a sua notoriedade à custa do PS e do Governo e de, ao mesmo tempo, agora, «denegrir ambos».
A reacção surge em resposta a um artigo hoje publicado por Carrilho no jornal «Diário de Noticias», intitulado «O torpor», no qual acusa o Governo socialista de ter «cometido vários erros políticos», de «não ter assumido causas» e de nunca ter explicado ao país «para que é que se queria uma maioria absoluta».
Entre outras acusações, Carrilho sublinha a «falta de visão, energia e determinação do topo», numa alusão a António Guterres.
Para o porta-voz socialista «há no PS intelectuais de que o partido se orgulha mas que não atingiram a notoriedade à custa do PS e do Governo, ao invés de Manuel Maria Carrilho».
«O país conheceu Carrilho pelo PS e pelo Governo e não pelos seus especiais méritos. O país continua a conhecê-lo, agora, não pelos seus especiais talentos, mas pela sua capacidade marginal de tudo fazer pelo 'bota-abaixo' contra o PS e o Governo no qual, durante quatro anos, sem pruridos, esteve à mesa do orçamento. Chama-se a isto o torpor do carácter», declarou José Junqueiro.
«Isto é tanto mais grave quando as pessoas nunca levam até ao fim aquilo que começam. A fuga ao Porto-2001, que todos conhecem, é exemplar no que se refere a ausência de coragem de alguém que às palavras deveria fazer corresponder os actos», salientou José Junqueiro.