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Empresário «solidário» condenado a pena suspensa

Um industrial do norte preferiu pagar salários em vez dos impostos. Mas a solidariedade de nada valeu. O Tribunal de Gouveia condenou Alípio de Melo a dois anos de pena suspensa por fuga deliberada ao fisco.

O patrão preferiu pagar os salários em vez dos impostos. Chama-se Alípio de Melo é um empresário condenado a dois anos de pena suspensa pelo Tribunal de Gouveia por fuga deliberada ao fisco.

Juntamente com os outros quatro administradores da Têxtil Lopes da Costa, o empresário vai ser obrigado a devolver os seis mil contos dos impostos com que pagou os salários aos operários, quando entre 1994 e 1995 esta empresa atravessou uma grave crise económica.

Alípio de Melo, ouvido esta noite pelo jornalista da TSF, Fausto Coutinho, explica que esta atitude era a única solução para garantir os vencimentos da fábrica Têxtil Lopes da Costa, uma decisão que voltaria a repetir.

«Não estou arrependido da posição tomada. Penso que se formos penalizados três ou quatro pelo menos conseguimos dar um mínimo de confronto a centenas de famílias que privaram connosco e que enfim nos calaram profundamente o coração, na medida em que conseguimos resolver algumas situações de dramatismo», explicou o empresário do norte.

A decisão de Alípio Melo foi imposta por razões de solidariedade humana: «Chegou a haver ocasiões em que eu já desalentado, desesperado, dizia que não podia aguentar mais, as pessoas ajoelhavam-se aos meus pés, diziam-me que não podia partir, porque senão era o fecho da empresa e não sabiam ia ser o futuro. Este foi o drama que eu vivi».

Redação