Jorge Sampaio pediu hoje aos portugueses uma reflexão sobre os candidatos às eleições presidenciais, nomeadamente em relação aos seus propósitos e à forma como foram designados.
O candidato à presidência da República, Jorge Sampaio, pediu hoje aos portugueses uma reflexão sobre os candidatos às eleições presidenciais, nomeadamente em relação aos seus propósitos e à forma como foram designados.
Jorge Sampaio, que falava na cerimónia de inauguração da sua sede distrital de campanha em Faro, afirmou «estar a chegar o momento da verdade» e, por isso, conforme sublinhou, «é preciso urgentemente comparar os candidatos».
De onde vêm, porque vêm e o que é que pretendem, foram algumas das perguntas de reflexão deixadas pelo actual presidente da república, que afirmou ser também necessário ponderar a forma como esses candidatos foram designados.
Sampaio recordou, sem referir nomes, um caso em que foi preciso plenos poderes num congresso partidário, para a escolha do candidato.
Um congresso que considerou frustrado em que se procurou, incessantemente, quem era o voluntário para a tarefa.
Jorge Sampaio falou ainda de um candidato que se apresenta às eleições por uma decisão do comité central e de outro cuja candidatura resultou da decisão de uma mesa.
«Julgo que os portugueses percebem a distinção entre o que é um comportamento imparcial e aquilo que é um comportamento que tem objectivos de curto prazo», sublinhou Sampaio, acrescentando ser esta uma questão que irá acentuar todos os dias.
Em confronto com esses candidatos, que criticou ainda por, até há bem pouco tempo, nunca terem comentado as questões presidenciais, Jorge Sampaio afirmou-se como um candidato distanciado da vida partidária, da qual disse ter-se afastado há mais de oito anos.
Sampaio realçou, nesta sequência, que aquilo que acontecer à sua candidatura não tem repercussões partidárias, nem na liderança de qualquer partido político, o que, em sua opinião, não acontece com os outros candidatos porque, segundo as suas palavras, nasceram para ajudar a fixar eleitorado ou lideranças partidárias.
Por essa razão, o candidato interrogou-se sobre a forma e o modo como os seus adversários olham para o Portugal do futuro que foi definindo através de grandes linhas de força, baseadas nos vários desafios que se vão colocar ao país nos próximos anos.
Uma república moderna, assente num estado responsável e responsabilizado é a ideia central de Sampaio, que insere neste contexto os desafios da educação, uma justiça mais célere, uma saúde mais acessível e uma administração pública que não seja uma pesada máquina burocrática.
Sampaio disse, também, querer um Portugal forte na União Europeia alargada e participativo na construção europeia e não apenas um Portugal para receber subsídios.
Um Portugal coeso e solidário, com um esbatimento cada vez maior das assimetrias regionais, forças armadas modernas e preparadas para as operações de paz internacionais, uma maior atenção sobre os idosos e o combate à toxicodependência, foram outras motivações apontadas por Jorge Sampaio, que deixou também claro o seu apoio à resolução do problema dos imigrantes clandestinos.