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Abreu quer debater conceito de Defesa Nacional

O candidato presidencial António Abreu propôs um debate sobre o conceito de Defesa nacional e como se usam as forças armadas. Abreu critica Sampaio pelas opções «federalistas» que levam a uma perda de soberania

António Abreu, o candidato presidencial apoiado pelo PCP, propôs hoje um debate sobre o Conceito Estratégico de Defesa Nacional e a utilização das forças armadas, e criticou Jorge Sampaio por ter concordado com opções «federalistas» que conduzem a uma perda progressiva de soberania portuguesa.

Abreu observou que o actual Chefe de Estado «tem estado de acordo com opções que se podem considerar federalistas» que levam a uma perda progressiva de soberania, em especial no quadro da política externa e de segurança da UE.

«A independência e soberania nacionais são valores inalienáveis, por isso a minha candidatura rejeita, com firmeza, o espartilho em que as grandes potências da NATO e da União Europeia pretendem aprisionar o país», declarou António Abreu, que considerou ainda ser negativo alterar a Constituição por «força de pressões externas» políticas ou militares.

Foi nesse sentido que Abreu propôs a realização de um «grande debate nacional» para definir as Grandes Opções do Conceito Estratégico de Defesa Nacional (CEDN) e, em particular, os interesses nacionais que devem balizar a utilização das Forças Armadas.

O candidato lembrou que «as prioridades» das Forças Armadas ainda são «defender Portugal de qualquer agressão externa», apesar das alterações geo-estratégicas da última década valorizarem agora o conceito de Segurança sobre o de Defesa

Sem rejeitar a intervenção das Forças Armadas no exterior, o candidato enfatizou que o interesse nacional nesses casos «deve estar relacionado» com as áreas e os países a quem Portugal tem estado tradicionalmente ligado.

O candidato presidencial defendeu também a necessidade urgente de implementar medidas «que visem melhorar as condições de serviço» nas Forças Armadas, a dignificação e valorização profissional dos militares ou a consagração do associativismo sócio-profissional.

Militares portugueses no Kosovo

António Abreu questionou ainda definição do que o ministro da Defesa disse ser o «risco mínimo» de contaminação nuclear a que estão sujeitos os militares portugueses estacionados no Kosovo.

«Não estou de acordo com essa definição», afirmou António Abreu. Esse risco mínimo é «morrer um em 2000 e ?», perguntou o candidato.

Em causa está o risco de contaminação dos militares, e das populações locais, com urânio empobrecido utilizado nas bombas e munições com que a NATO bombardeou o Kosovo e, em particular, a região colocada sob responsabilidade das forças portuguesas, Klina.

Na passada quinta-feira, o pai de um militar português que morreu em Fevereiro, passados poucos dias depois de terminar a sua missão no Kosovo, afirmou que o filho foi vítima das radiações no terreno.

O Ministério da Defesa e o Estado-Maior General das Forças Armadas já garantiram não haver qualquer relação de causa-efeito nessa morte.

O próprio ministro da Defesa autorizou o Exército a facultar à família da vítima os relatórios da autópsia e a requerer autorização para os divulgar publicamente.

Redação