Ferreira do Amaral estranha o facto de Jorge Sampaio se estar a «colar» aos críticos do governo, apenas 15 dias antes das presidenciais, patente na afirmação de que «Portugal precisa de um impulso reformador».
O candidato às presidenciais apoiado pelo PSD, Ferreira do Amaral, considera estranho que Jorge Sampaio se aproxime dos críticos do governo, ao afirmar que Portugal precisa de um impulso reformador, apenas 15 dias antes das eleições presidenciais.
«O actual Presidente da República, que me acusava de ser agressivo, vem agora dizer duas coisas que me pareciam impossíveis de ser ditas pela mesma pessoa que durante cinco anos exerceu o cargo», afirmou Ferreira do Amaral.
O candidato a Belém referia-se a duas passagens da entrevista de terça-feira de Jorge Sampaio ao jornal «Diário Económico», nas quais o actual Presidente defendeu a necessidade de um «impulso reformador» e disse que o poder político em Portugal «é fraco».
«Como pode dizer que Portugal precisa de um «impulso reformador», se durante cinco anos não exigiu qualquer reforma», questionou, e considerou de seguida, «é extraordinário e só se pode passar em Portugal».
Ferreira do Amaral considerou mesmo que Jorge Sampaio cometeu o «maior erro político» dos últimos anos ao entrar no coro de críticas ao Governo apenas a 15 dias das presidenciais.
«Será agora, a 15 dias das eleições, que o Dr. Jorge Sampaio se vem juntar aos críticos da sua própria presidência e dizer que é preciso em Portugal um «impulso reformador». Onde esteve ele nos últimos cinco anos. Como é que o candidato do PS pode ser tão cruel na crítica ao Presidente da República cessante. É extraordinário», afirmou o candidato.
Mas para o candidato apoiado pelos sociais-democratas, o «mais extraordinário» é, contudo, Sampaio dizer que, em Portugal, «o poder político é fraco».
Ferreira do Amaral criticou ainda Sampaio por «tentado dizer aos portugueses que o Presidente da República de Portugal não tem poderes nem capacidade de decisão e que foi alheio, em geral, à vida do país».