O Exército já enviou a autópsia de Hugo Paulino à família do militar pára-quedista que morreu depois de terminada a missão no Kosovo. A divulgação pública dos resultados da autópsia só será feita depois da autorização da família.
O Corpo de Tropas Aerotransportadas (CTAT) já enviou os resultados da autópsia à família do militar pára-quedista que morreu depois de terminada a missão no Kosovo, divulgou fonte militar.
O oficial do CTAT acrescentou que o pai da vítima, Luís Paulino, deve receber hoje os documentos enviados ontem «por correio azul».
A opção foi assumida pelo facto de Luís Paulino estar ausente da sua residência habitual (em Lisboa), o que impediu a entrega directa por um oficial pára-quedista.
Dado encontrar-se actualmente em Vila Nova de Cerveira, a responsabilidade do contacto transitou para a Região Militar Norte, explicou a fonte à Lusa.
O Exército aguarda a autorização da família do militar para divulgar publicamente os resultados da autópsia, deixando implícito não haver qualquer relação entre as causas da morte e uma alegada contaminação com urânio empobrecido existente no Kosovo.
A alegada contaminação radioactiva resultaria da utilização de urânio nas munições com que a NATO bombardeou o Kosovo, em particular a área sob responsabilidade das forças portuguesas (Klina).
Medições em Janeiro
O primeiro-cabo pára-quedista Hugo Filipe da Costa Paulino morreu em Fevereiro passado, cerca de duas semanas depois de terminar a sua comissão de serviço no Kosovo.
O facto dos resultados da autópsia não terem sido revelados à família levou Luís Paulino a afirmar que a origem da morte do filho teria sido provocada por contaminação com urânio empobrecido.
A NATO e o Estado-Maior General das Forças Armadas (EMGFA) portuguesas garantem não haver quaisquer registos de radiação sequer próximos dos níveis considerados perigosos.
Contudo, Portugal vai enviar um grupo de trabalho para o Kosovo no início de Janeiro, a fim de proceder à medição das radiações provocadas pelo urânio empobrecido.
A equipa vai fazer «medições de radiações e de partículas, bem como a recolha de amostras de solo, alimentos e água para posterior análise» no Instituto Tecnológico Nuclear (ITN), informou o EMGFA.
Esta medida foi adoptada no passado por países como a Suécia e a Alemanha mas os estudos feitos não revelaram haver perigo para a saúde de quem esteve exposto àquele material radioactivo.