O ministro da Administração Interna, comunicou à Associação dos Profissionais da PSP que saíram dos cofres do ministério cerca de 2100 contos para o financiamento de actividades da Associação Sócio-Profissional de Polícia.
Nuno Severiano Teixeira, o ministro da Administração Interna, comunicou hoje à Associação dos Profissionais da PSP (APP) que saíram dos cofres do ministério cerca de 2100 contos para financiar actividades da Associação Sócio-Profissional de Polícia (ASPP).
O presidente da APP, António Ramos, já revelou que Nuno Severiano Teixeira informou também que o despacho que autorizou as verbas para a dita associação foi assinado por um ex-membro do governo a 7 de Janeiro deste ano.
A APP conhece a identidade de quem autorizou o despacho, mas não a quis revelar. A APP já fez saber que este alegado financiamento da ASPP, através da já extinta Fundação para a Prevenção e Segurança (FPS), deve ser investigado até às últimas consequências, tanto pela Procuradoria-Geral da República, como pela Inspecção-Geral da Administração Interna, como pelo Tribunal de Contas.
A FPS foi fundada pelo ex-ministro Armando Vara e pelo ex-secretário de Estado Luís Patrão, mas houve ilegalidades na sua criação que levaram a que fosse extinta e às demissões destes ex-membros do governo.
António Ramos considera que haveria uma ligação entre Luís Patrão e a ASPP e que este caso prejudicou seriamente o movimento associativo e as reivindicações dos profissionais da Polícia portugueses, dizendo que a ASPP comprometeu a sua «independência e autonomia» ao receber verbas do ministério que tutela as forças de segurança.
«O que está em causa não é o montante do financiamento, mas uma questão de princípio», afirmou António Ramos, que diz claramente que a APP nunca receberia um tostão do MAI.
Para aumentar a polémica a APP não entende o facto de o MAI ter financiado a ASPP, nomeadamente um seminário onde se gastaram largas centenas de contos, quando não há dinheiro para actualizar o subsídio de fardamento, que é o mesmo desde há 12 anos, correcções de escalões, subsídios de alimentação e falta de material e equipamento nas esquadras.
No entanto Severiano Teixeira já prometeu o pagamento do subsídio de turno e de piquete a partir do próximo mês, facto de que a APP se congratula.
Em Janeiro vai ainda haver uma reunião no ministério para discutir o assunto do financiamento, que é bastante importante para esta classe.