O candidato apoiado pelo PSD reiterou hoje, no Forum TSF, as críticas à governação socialista e à passividade de Jorge Sampaio. Ferreira do Amaral disse ainda que se sentirá derrotado se tiver menos de 50 por cento dos votos.
Ferreira do Amaral considera que «o país não está bem» e atribui as responsabilidades não só ao Executivo socialista, mas também à acção de Jorge Sampaio, que alinha com os seu ex-colegas de partido quando se trata de defender o poder socialista.
«O país não está a andar para a frente, porque o poder socialista o domina». Na linha destas afirmações, Ferreira do Amaral explica porque se assume como o candidato dos não socialistas: «só assim poderei ser o Presidente de todos os portugueses».
O candidato presidencial assume o atraso de Portugal em relação ao resto da Europa, atribuíndo-o às reformas prometidas pelo Executivo de Guterres, que acabarão por nunca ver a luz do dia. Refere, especialmente, a reforma da Segurança Social, que «é uma das reformas que mais falta faz em Portugal».
Considerando que há uma profunda falta de credibilidade dos políticos em Portugal, Ferreira do Amaral defende que «é preciso muita coragem para resolver estes problemas» e dá como bom exemplo a sua acção enquanto membro do executivo liderado por Cavaco Silva: «Não me lembro de uma promessa que não tenha cumprido. Só assumi aquelas que sabia poder cumprir. Os políticos têm de se tornar mais credíveis».
Ferreira do Amaral diz que está «nesta luta para ganhar. Quero ganhar porque é bom para Portugal». A subida nas sondagens dá esperanças renovadas ao antigo ministro das Obras Públicas. Chega mesmo a afirmar que «se pudesse fazer a extrapolação desta subida (nas sondagens) provavelmente ganharia».
O candidato apoiado pelo PSD interroga-se sobre o legado do actual Presidente da República. «O dr. Jorge Sampaio refere os seus 40 anos de política, mas os portugueses perguntam o que é que ficou de positivo para o país desses 40 anos».
Questionado sobre se não teria medo de ser o rosto da derrota do PSD, Ferreira do Amaral relembrou a sua vitória, como deputado, pelo círculo de Leiria, apesar de não esquecer o seu «desaire» nas eleições para a Câmara Municipal de Lisboa.
«Há por parte dos socialistas uma tentativa que no dia 14 de Janeiro não haja eleições mas sim uma consagração pública do actual Presidente. Em democracia não há consagrações, há escolhas, há decisões que o povo tomará».
Questionado sobre o apoio de Paulo Portas, a nível pessoal, à sua candidatura, Ferreira do Amaral prefere não comentar. Diz que «não pedi o seu voto e fiz questão nisso. Não o fiz em relação ao meu próprio partido, não o farei em relação a outros». No entanto, adiantou, «todos os votos são bem vindos».
Quanto ao caso da ida do Presidente da República ao Porto 2001, o candidato responsabliza o PR por ter marcado duas datas incompatíveis uma com a outra. «É a primeira vez desde o 25 de Abril que esse dia (de reflexão) não é respeitado».
As acusações a Sampaio visam o suposto autismo do Presidente às questões que afectam os portugueses: «Jorge Sampaio disse que as queixas dos portugueses eram lamúrias. Eu nunca entenderei as queixas dos portugueses como sendo lamúrias».
Quanto à questão de um referendo para a instauração da monarquia, o candidato pensa que «é um problema que não se deve pôr nesta altura».
Acerca do papel das Forças Armadas, Ferreira do Amaral considera-as «o garante da nossa segurança, que nunca devemos desprezar. Quando dizem que o dinheiro que se gasta nas Forças Armadas é mal gasto, acho que essa é uma ideia perigossíma. Não esperem de mim críticas demagógicas às Forças Armadas. Precisamos de estar preparados para situações delicadas».
Questionado sobre se se sentiria derrotado se obtivesse menos votos do que os dois maiores partidos da oposição à direita do PS, Ferreira do Amaral respondeu que «se tiver menos de 50 por cento sinto-me derrotado. O objectivo é ter 50 por cento, se tiver menos do que isso, perdi».