Durante a sua intervenção no debate mensal, na Assembleia da República, Carlos Carvalhas apontou algumas críticas a Durão Barroso, relativamente à falta de cumprimento de promessas.
A primeira crítica do secretário-geral do PCP, Carlos Carvalhas, foi dirigida ao Orçamento de Estado (OE).
«O primeiro-ministro congratulou-se com o facto de o OE chegar ao fim do ano com um défice inferior a três por cento, mas não nos disse nada sobre o crescimento económico», salientou Carlos Carvalhas.
«Como é que está a nossa economia depois disto?», questionou. «Até 2006 continuamos abaixo da média europeia», defendeu o secretário-geral comunista.
Portagens
«Quanto às portagens, o primeiro-ministro criticou o PS de ter uma posição na oposição e outra no governo», afirmou, acrescentando que Durão «não pode falar muito».
«Ao contrário de uma submissão fundamentalista quanto ao pacto de estabilidade, o país precisava de uma política ao contrário. Em vez do corte do investimento produtivo era preciso aumentar o investimento produtivo», defendeu Carlos Carvalhas.
Saúde
As críticas foram ainda dirigidas à nomeação de gestores hospitalares. «Três gestores pagos a peso de ouro para cada hospital, pondo de lado o que havia e o que há de conhecimento quer no corpo médico quer no corpo administrativo», disse, sublinhando «esta é a contenção de despesas do PSD».
Competitividade e Justiça social
A resposta de Durão Barroso não se fez esperar: «Vossa excelência quer ou não quer um Serviço Nacional de Saúde (SNS) de qualidade?», interrogou o primeiro-ministro.
«Defende ou não que se procure salvar o SNS que este Governo herdou numa situação de completa ruptura e descontrolo quer no ponto de vista financeiro quer no atendimento às pessoas?», acrescentou Durão Barroso.
«O essencial do esforço de contenção de despesas que vamos fazer ao longo destes quatro anos tem duas finalidades: uma a competitividade, através do choque fiscal, e outra o da justiça social através da manutenção e consagração do princípio da convergência das pensões mínimas com o salário mínimo nacional», explicou.
«Vossa excelência não entende que é essencial para o bem estar das famílias e dos trabalhadores portugueses, para a competitividade da nossa economia, que haja rigor nas finanças públicas, que haja um controle do défice orçamental», sublinhou ainda Durão Barroso.