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Sócrates quer revogar o corte nos benefícios fiscais

José Sócrates diz que o novo orçamento de Estado comprova o falhanço da política económica da maioria. O líder socialista considera cedo para dizer se o PS vai chumbar o documento, mas tece duras críticas à proposta do Governo.

Na primeira reunião do conselho económico do PS, o líder do PS considerou que a proposta orçamental para 2005 «tem um problema de credibilidade» por «continuar, pelo quarto ano, a fazer recurso das receitas extraordinárias» para combater o défice público.

«As receitas extraordinárias têm um problema. São uma espécie de droga. Uma vez que se utilizam tarde tende a largar-se. E isso prejudica a saúde da economia», afirmou Sócrates.

José Sócrates disse ter encontrado no Orçamento do Estado para 2005 «despesas correntes disfarçadas de investimento» e afirmou que são necessários esclarecimentos em relação a esta questão.

Para equilibrar o OE, o PS vai «apresentar uma proposta para revogar a medida do Governo que pretende acabar com alguns benefícios fiscais», disse Sócrates, argumentando que a medida «é completamente injusta» e atinge principalmente a classe média.

O líder socialista avisou que manterá a intenção de votar contra a proposta de Orçamento do Estado (OE) se o Governo não aceitar revogar o corte nos benefícios fiscais, considerando que o documento confirma «o falhanço da política económica» do executivo PSD/CDS-PP.

«Se não o fizer, o PS tomará uma posição adequada à intransigência do Governo», declarou, remetendo no entanto uma posição definitiva para depois da discussão do documento na Assembleia da República.

Para o líder do PS, o OE para 2005, a par com o anunciado pagamento de serviços na saúde, «transforma a classe média nos suspeitos do costume».

Redação