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Gomes da Silva «soma mais erros»

Arons de Carvalho considerou que Rui Gomes da Silva voltou a errar ao considerar, na Alta Autoridade para a Comunicação Social, que houve um «conluio» entre Marcelo, o «Público» e o «Expresso». Guilherme Silva diz que o ministro dos Assuntos Parlamentares apenas fez uma «constatação».

O deputado Arons de Carvalho considerou, esta terça-feira, que o ministro dos Assuntos Parlamentares «de dia para dia soma mais erros» na sequência do «caso» Marcelo.

O parlamentar socialista comentava a audição de Rui Gomes da Silva na Alta Autoridade da Comunicação Social, onde o titular da pasta dos Assuntos Parlamentares falou em «conluio» e «cabala» entre o «Público», o «Expresso» e o antigo comentador da TVI.

«O erro cometido hoje ao colocar o 'Público' e o 'Expresso' neste leque de órgãos de informação que alegadamente constituíam uma cabala contra o Governo é mais um erro a somar aos outros», afirmou Arons de Carvalho.

O deputado do PS disse ainda que o problema até nem é tanto o ministro, mas o próprio, pois foi o executivo de Santana Lopes que «criou o Gabinete de Informação e Comunicação» e que «avalia o director de Informação da RTP».

«Não penso que se possa resolver a questão apenas com a cabeça de um ministro, que é apenas uma peça de toda uma política deste Governo em relação à Comunicação Social», concluiu.

Por seu lado, Francisco Louçã disse que as declarações de Gomes da Silva «agravam o clima de alegadas pressões» e fazem que com o ministro não possa «estar à frente de qualquer responsabilidade importante num Governo».

«O ministro agrava ainda mais a pressão ao sugerir que uma espécie de labirinto comunicacional em que vários órgãos de referência mais não fariam do que estar ao serviço de Marcelo Rebelo de Sousa nas críticas ao Governo», explicou.

Para o deputado do Bloco de Esquerda, isso «significa uma total incompatibilidade do ministro Gomes da Silva com a liberdade de expressão e com a compreensão do pluralismo».

Já Guilherme Silva, líder da bancada social-democrata no hemiciclo, entende que as declarações do ministro apenas reflectem uma «constatação pessoal».

Director do «Público» considera «ridículas» declarações de Gomes da Silva

À TSF, o «Expresso» não quis fazer qualquer comentário, ao passo que o director do «Público» considerou um alegado «conluio» entre os jornais como «ridículo».

«O senhor ministro perdeu mais oportunidade para estar calado. A última vez que falou causou os problemas que causou e agora causou uma situação perfeitamente disparatada», argumentou José Manuel Fernandes.

O director do diário explicou que não há notícias, nem sequer comentários combinadas tal como indicam todos os manuais.

«Os órgãos são concorrentes entre si e agora há um espaço público de debate e queando surgem notícias tem de haver investigação e desenvolvimento», continuou.

«Às vezes, somos nós que desenvolvemos notícias que outros deram e muitas vezes é o contrário e naturalmente há muitas pessoas que comentam, pois o professor Marcelo não era o único que comentava», acrescentou.

José Manuel Fernandes conclui mesmo que Gomes da Silva, como grande parte do Governo, «está mais preocupado com as notícias dos jornais do que com o que o Governo anda a fazer».

Redação