Dentro de 15 dias a Alta Autoridade para a Comunicação Social pretende apresentar um relatório sobre o «caso Marcelo». Depois das audições desta quinta-feira, Artur Portela salienta que o processo é «complexo» e pode «implicar» mais protagonistas.
«Este processo tem a sua complexidade e a sua amplitude. É um caso que envolve determinados protagonistas e determinados títulos mas que poderá eventualmente ter implicações mais gerais», afirmou aos jornalistas o membro da AACS Artur Portela, depois da audição do director-geral da TVI, José Eduardo Moniz.
«Pelo que já ouvimos e pelo que ponderámos na abertura do processo, as relações entre o poder político e o poder económico poderão, ou não, estar em causa. Estamos a ponderar essa hipótese também», acrescentou Artur Portela, numa altura em que a AACS já ouviu, além de José Eduardo Moniz, o presidente da administração da TVI, Miguel Paes do Amaral, e o ministro dos Assuntos Parlamentares, Rui Gomes da Silva.
«O esclarecimento só chegará na ponta final da apreciação de todas as versões», disse o membro da AACS, reiterando que o relatório final sobre o caso deverá ser feito daqui a duas semanas.
A Alta Autoridade ainda vai ouvir o ex-comentador da TVI Marcelo Rebelo de Sousa, e os directores do Público, José Manuel Fernandes, e do Expresso, José António Saraiva, jornais que o ministro dos Assuntos Parlamentares disse estarem envolvidos numa «cumplicidade» contra o Governo.
Quanto ao conteúdo da audição do director-geral da TVI, a AACS nada adiantou e José Eduardo Moniz apenas declarou que a sua «principal preocupação» foi «deixar bem claro» perante a Alta Autoridade que aquela estação é «independente e irreverente».