O ex-director do «Diário de Notícias», Fernando Lima, responsabilizou esta quinta-feira, perante a Alta Autoridade para a Comunicação Social, as agências de comunicação que tentam influenciar a informação do poder pela sua substituição à frente do jornal.
«Esta direcção cessante tem a convicção que foi vítima de uma luta de agências de comunicação que tentam influenciar a informação do poder para obter vantagens», justificou Fernando Lima, perante a Alta Autoridade para a Comunicação Social (AACS).
Fernando Lima disse ainda que «não foi dada uma razão para a direcção ser substituída».
No passado dia 28 de Outubro, a direcção do DN pediu a demissão, depois de notícias em que a administração da Lusomundo Media anunciava a sua substituição.
Primeiro, surgiram notícias que apontavam a jornalista Clara Ferreira Alves como directora do jornal, mas esta acabou por recusar o cargo.
Nos últimos dias, foi confirmado o nome de Miguel Coutinho para director do DN.
Fernando Lima escusou-se a precisar a convicção da direcção cessante, que disse estar baseada «em informação» que lhe chegava e não fez qualquer alusão ao Governo.
No entanto, estabeleceu uma ligação entre as sucessivas notícias sobre a sua substituição e a entrada dos novos administradores da Lusomundo Media, Luís Delgado e Mário Bettencourt Resendes.
O ex-director do DN desmentiu ainda Luís Delgado, que assegurou que Fernando Lima foi avisado com antecedência que seria substituído, declarando que soube da sua substituição através de declarações de Mário Bettencourt Resendes na SIC-Notícias, dia 28 de Outubro à noite.
Lima disse que foi «surpreendido» pela notícia, uma vez que nesse mesmo dia o presidente da PT, Miguel Horta e Costa, o tinha dissuadido de demitir-se, afirmando: «Contamos convosco.»