Eduardo Cabrita, do PS, considera que a descida das taxas do IRS é uma «manobra eleitoralista», ao passo que o PCP, tal como os socialistas, classifica o Orçamento de «pouco credível». O PSD diz que a descida das taxas é para cumprir o défice.
O deputado socialista Eduardo Cabrita considerou, no Fórum TSF, que existe uma «manipulação eleitoralista» das taxas do IRS na apresentação do Orçamento de Estado para 2005.
«O Orçamento está assente numa operação pouco credível que é, por um lado, cortar nos benefícios fiscais, um corte que em termos de receita só tem efeitos em 2006, e por outro a baixa das taxas dos trabalhadores por contra de outrém deveria ter efeitos imediatos na retenção da fonte em Janeiro de 2005», acrescentou o parlamentar.
Com estes dados, Eduardo Cabrita entende que é impossível falar numa taxa de crescimento das receitas de 4,9 por cento, afirmando que o caminho é recorrer a «mais receitas extraordinárias e uma manipulação eleitoralista com efeitos em cima das eleições de 2006».
Também em declarações ao Fórum TSF, o líder parlamentar comunista entende que o que Bagão Félix disse no Parlamento mostra a «contradição entre a propaganda do Governo e a realidade» do que vai acontecer em matéria de impostos.
«Este é mais um elemento que continua a dar argumentos a quem diz, como o PCP, que este Orçamento não tem credibilidade, que as suas projecções não têm fundamentação objectiva sustentada e que, portanto, se trata de um Orçamento para justificar uma série de anúncios e formas de propaganda política», acrescentou Bernardino Soares.
O deputado comunista espera ainda mais um ano de dificuldades para os portugueses, apesar de o Governo «anunciar melhorias na situação económica, não querendo que elas se repercutam por inteiro naquilo que é o esforço e qualidade de vida dos portugueses».
O bloquista Francisco Louçã acusou Santana Lopes de «apenas estar preocupado eleições quando ele próprio não foi eleito» e precisou que «na questão orçamental e do fisco é preciso rigor absoluto que este Governo não dá provas».
«Bagão Félix reconheceu que era uma mentira insistir que os impostos vão descer e de facto na maior parte dos casos, as famílias vão pagar bastante mais do que pagaram», acrescentou.
Por seu lado, o deputado do PSD Miguel Frasquilho defendeu que a descida faseada das taxas de IRS tem o objectivo de cumprir o défice dos três por cento, imposto por Bruxelas.