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Autarquias querem impostos mais pesados

Os senhorios que mantiverem casas devolutas vão ser penalizados em sede de Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI), na eventualidade de vingar uma proposta das autarquias que merece o acordo de princípio do ministro das Cidades.

Narciso Miranda, que falava esta quarta-feira na qualidade de vice-presidente da Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP), adiantou que a proposta será formalizada sábado prevendo um agravamento do IMI até 30 por cento para casas devolutas.

Sem adiantar o horizonte temporal a considerar para aplicação desta penalização fiscal, o também presidente da Câmara de Matosinhos explicou que se trata de transpor para casas devolutas uma majoração do IMI já aplicada a habitações degradadas.

«Os detalhes serão preparados até sábado. O essencial era lançar a ideia e colher a aceitação do Governo, o que aconteceu», disse Narciso Miranda, no final de um debate em Matosinhos sobre a reforma do arrendamento urbano, que contou com a presença do titular da pasta das Cidades, José Luís Arnaut.

O ministro considerou a proposta «salutar» para reactivação de um mercado de arrendamento «marcado por uma situação anómala», traduzida na existência de 544 mil casas devolutas.

O vice-presidente da ANMP e o ministro sublinharam que as alterações a introduzir no IMI não obrigam as autarquias a aplicar a majoração máxima proposta.

«Defendemos um limite máximo de agravamento até 30 por cento, mas deixamos margem ao critério de cada autarquia, dado que há especificidades a considerar», frisou Narciso Miranda, admitindo que em Lisboa e Porto, onde há mais casas devolutas, se justifique a majoração máxima.

Numa reacção, o presidente da Associação Lisbonense de Proprietários, Manuel Metelo, disse à TSF que não é com medidas destas que se consegue dinamizar o mercado do arrendamento.

Redação